sábado, 21 de novembro de 2009


Bizarrices...

Ontem teve show do Tito & Tarantula aqui em Bilbao. Pra quem não conhece, é a banda que está tocando no bar de vampiros do filme "Um Drink no Inferno" do Robert Rodriguez de 1996, e com o Quentin Tarantino e o George Clooney de protagonistas.

Bom, a bizarrice foi tanta que é impossível descrever os fatos. Apenas mil corajosos adoradores de rock 'n' roll puderam testemunhar a banda oferecendo shots de tequila para a platéia depois do equipamento falhar 3 vezes; e os integrantes fumando uma "ponta" retribuída pelos fãs depois de Angry Cockroach.


E finalmente a despedida, quando Tito convidou uma dezena de barangas para o palco (junto com um punhado de borrachos) para cantar seu maior sucesso, After Dark.


Enfim, lendo assim nem parece grande coisa. Mas acreditem, foi um circo. E dos mais divertidos. Vou aproveitar o momento e postar um vídeo de After Dark. Mas não um clip da banda, e sim a cena que para mim é uma das melhores da história do cinema.


Saludos mamazita!!!

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Funk do século 21

Ontem fui ver o segundo dia do Heineken Greenspace, que já está na quinta edição. Cheguei no meio da segunda apresentação - eram três shows ao total. Micah Hinson estava na metade da apresentação, e foi difícil pra mim chegar até o final prestando atenção. Por isso, vou pular essa parte. Tem muita gente que gosta do cara, é todo metido a Bob Dylan, maluco que só ele, mas no final achei cansativo. Não tenho a manha de "entender" um cara que berra 20 vezes "redrum!" (quem lembra do Iluminado?) no fim do show.

O post, na realidade, é focado no gig principal da noite: Black Joe Lewis & The Honeybears. Nunca tinha ouvido falar, mas sabia que tipo de som ou referência encontraria ali: James Brown, Howlin´ Wolf, Wilson Pickett, Little Richard, etc. 23h: entra a banda. Não tinham aquela pinta de bad boys nem de serem super estrelas. E acho que isso é o que fez a diferença. Black Joe Lewis é um cara de Austin, Texas, que praticava guitarra enquanto trabalhava numa loja.

Bom, não muitos comentários longos sobre o show. Funk and soul do melhor naipe. A banda mostra uma dinâmica impressionante, e a diversão é geral. Além das latas de Heineken consumidas, o guitarrista parou o show 3 vezes pra doses de Jack Daniel´s a todos. Ele servia o vocalista e a banda. Lewis toca muita guitarra, e tem uma voz impressionante, que realmente lembra os grandes blueseiros. Lembrava muito o estilo de Jimmie Vaughan, tocando de uma maneira mais agressiva, usando muito as cordas abertas.

O CD atual se chama "Tell ´em what your name is". Os nomes das canções não escondem a cara do gênero: Sugarfoot, Humpin´, Get yo shit, Master sold my baby, Gunpowder....uma a uma, o cara vai detonando o palco e ninguém consegue ficar parado.

É o funk do século 21, senhoras e senhores. E ele mudou muito pouco....aleluia!

Para ouvir e ver "Gunpowder" ao vivo, CLIQUE AQUI.
Para ver o clipe de "I´m broke", CLIQUE AQUI.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Them Crooked Vultures - parte II


Bom, meus amigos próximos não aguentam mais me ouvir falando dessa banda, mas um post é inevitável. Ouvi até cansar o CD do Them Crooked Vultures. E seguirei ouvindo. Sem muitos rodeios: é foda demais. Senhores, não há comparativos.

Percebe-se, a todo momento, que John Paul Jones é a inspiração dos outros dois. Grohl está muito bem na bateria, muito forte e cheia de inspiração de Bonham. Quando tudo leva a crer que o vocalista caminhará em direção a Plant, entra o distinto Josh Homme, com riffs sujos e mínimos de guitarra, e voz contrária ao estilo Zeppelin. Ele é fundamental, dá o toque sombrio à banda.

Pra quem queria algo porrada, mas com um toque novo, original, eis sua nova banda. Tomem uma dose de Jack e coloquem o disco pra tocar. Quando terminarem, tentem controlar a tensão e a fúria causada pelas músicas. A prova desse sentimento vem logo na primeira música, No one loves me & neither do I, aos 2:44.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

The Gossip

Como prometido no post anterior (ler contexto), apresento o The Gossip. A banda explodiu depois de uma das músicas de seu CD, Standing in the way of control, ter sido veiculada a um programa de televisão. Gostei desde o primeiro play. A banda foi formada em 99, em Arkansas.

Até aí, tudo certo. A vocalista gorda canta um montão, tem aquela tradição de diva americana que aprendeu a cantar na igreja aos domingos. Só que o impressionante é como eles combinam a voz dela com um estilo punk inglês. É como se a Aretha Franklin fosse a Londres encontrar o The Clash para gravar um CD. Som direto ao ponto, ótimos vocais e riffs. Uma paulada bem dada na cabeça. A seguir, Standing in the way of control.

Londres

De volta de Londres, onde estive por 3 dias, pela primeira vez. Eu sei, 3 dias e nada são a mesma coisa em se tratando dessa cidade. Mas são suficientes para termos um gostinho de porque Londres é tão foda.

É algo um pouco difícil de explicar, mas me senti no meio da vanguarda de quase qualquer assunto. Andando pela cidade, me deparei com sua história, sua potência e sua classe. Mesmo para padrões europeus, a Inglaterra tem um quê de charme histórico que é único. Parece que Londres não pretende parecer moderna, mas o é. Parece ser muito clássica, mas com poucos minutos de observação, constata-se que é um lugar de mistura, de inovação. Tudo sem esforço.

Ao que interessa: a música. Como é bom sentir que o berço do rock segue sendo o berço do rock. Você vai vendo os cartazes, as chamadas, as pessoas, as lojas. Os clássicos seguem tocando, mas em perfeita harmonia com as bandas novas. Não há paranóias, combates. O rock é respeitado, as boas letras são reconhecidas. As modas são modas, feitas para acabar.

Fiquei mais contente ainda em tomar cerveja com um estudioso do rock, que alfinetou sem pensar: "Detesto indie, é um estilo fora de época e fora de tom. Todas essas bandas querem ser iguais". Obviamente que gosto de algumas delas, não sou tão radical, mas ultimamente apenas algumas são acima da média. A maioria some como apareceu, sem fazer muito barulho, sem graça.

O Radiohead segue aclamado, e eu não preciso explicar as razões. O Muse está crescendo, pouco a pouco achando o seu espaço. Enfim, um lugar para ser revisitado. É o que farei.

No próximo post, dou uma dica de banda, por influência direto dos amigos brasileiros em Londres. Não é puxa saquismo, a banda é ótima mesmo.

God save the queen. She´s a fucking rock n roller.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Them Crooked Vultures



30 segundos. Sei que é pouco. Mas é o suficiente de música, nesse caso, para que minha atenção roqueirística se vire em direção ao Them Crooked Vultures. Falar de mega bandas é sempre complicado, pois geralmente o todo resulta menor que a soma das partes.

Mas é impossível não admirar uma mistura dessas: John Paul Jones, no baixo. Pra quem é perdido, vou fazer o esforço de explicar resumidamente: baixista do Led. Pronto, explicado. Na bateria, Dave Grohl, um puta músico bom, que sempre está criando coisas novas. Ouvi dizer que além de Nirvana e Foo Fighters (observem, ele também é guitarrista!), tem outros projetos pra se divertir. Nos vocais e na guitarra, Josh Homme. Esse merece apresentação.

Homme é o vocal e guitarra do Queens of the Stone Age, que no Brasil não é muito conhecido. O grupo é bastante criativo e diferente do rock trivial. O mais interessante é que a nova banda quer perseguir esse som distinto, quebrado, não previsível. Como todos já vêm de bandas de sucesso, acho que podem mesmo conseguir algo mais inovador, e com cara moderna, ou seja, integrantes da nova linha roqueira. Antes que eu me esqueça, o disco Era Vulgaris, do Queens, é muito bom. Recomendo.

O álbum está em pré venda no iTunes, só é possível ouvir 3o segundos de My Fang, pelo My Space, mas já deve haver videos por aí no You Tube. Por hora é isso, eles estão já em turnê warm up pelos EUA, sentindo a reação do público. Ah! Jones também toca teclado em algumas canções, pelo que descobri.

Quando sair o disco completo, aviso a todos. Até onde eu sei, o show inteiro é um massacre de rock. Melhor dizendo: não há uma balada ou break entre músicas. Detalhe interessante: Grohl leva tatuado o Zoso de Bonham no punho, símbolo dele no Zeppelin. Só por aí já temos uma idéia da energia roqueirística que está rolando nessa nova banda.

domingo, 1 de novembro de 2009

Algumas imagens valem por mil palavras...

A imagem abaixo é uma delas!



ESSE INGRESSO É MEU!

FOR THOSE ABOUT TO ROCK, SEE YOU IN SAMPA AT THE MORUMBI STADIUM!

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Da Série: Discos Bons do Começo ao Fim – Highway 61 Revisited


Gravado em apenas 6 dias em 1965, o disco recebeu esse nome em homenagem a estrada que atravessa o estado de Minesota, onde nasceu Dylan, através do Delta do Mississippi. Abre com “Like A Rolling Stone”, preciso dizer mais? Em minha opinião é a melhor música da história do rock! Perfeita em arranjos e letra. Dizem que a música é sobre a Edie Sedgwick, musa de Andy Warhol e atriz nos anos 60(pegada de Dylan no momento). Essa é daquelas músicas que mudaram a história do rock e, principalmente, a de Dylan. Esse foi o discou em que ele “pluga a guitarra” pela primeira vez e acrescenta ao seu folk ares um pouco mais pesados e rockeiros! Para essa introdução ao mundo, precisava de uma música que dissesse: “Pluguei a guitarra... e dae? Algum problema nisso?” QUE MÚSICA! É perfeita! Não me canso de escutá-la! Bom, vamos em frente... Para não restarem dúvidas de que Dylan havia plugado a guitarra e penetrado no mundo do rock n’ roll, ele convida o guitarrista Mike Bloomfield para tocar em duas faixas: "From a Buick 6" e "Tombstone Blues", faixas essas, extremamente rockeiras e com punch! Falemos agora de "Ballad of a Thin Man" onde o gênio faz uma crítica aos anos 60. Combinação guitarra, piano, Hammond, batera e voz é simplesmente perfeita! Sonzera! Agora a faixa título: Um soco na boca do estômago! “Highway 61 Revisited” é blues na veia e tem Dylan interpretando como se o belzebu tivesse baixado e tomado conta de seu corpo. Me lembra as grandes interpretações de Jagger, o homem que conheço que mais incorporou o belzebu ao cantar, mas isso é para outro post... “Just Like Tom Thumb’s Blues”, um arranjo simples, porém, maravilhoso. Fácil de ouvir! “It Takes a Lot to Laugh, It Takes a Train to Cry” me dá a sensação de estar em um saloon no velho oeste tomando minha sétima dose de whiskey e olhando de “canto de olho” para a donzela mais cobiçada do estabelecimento. Quando a tradicional gaita de Dylan fala nessa faixa, é hora de pedir a saideira e partir para o “abate”! hehehe Talvez tenha sido um pouco grosseiro, mas é o que a música me faz imaginar! “Queen Jane Approximately” é mais uma música com um arranjo simples e perfeito. O Hammond toma conta dessa faixa junto com a guitarra com uma destreza fazendo com que essa experiência musical seja das mais prazerosas. Claro que aqui também, Dylan assina a música com sua gaita de boca... O que só faz com que a música fique melhor!
Para terminar o álbum, Dylan precisava de uma música que pudesse colocar todas as suas idéias que não paravam de florescer em sua mente. O que fazer? Dylan fez uma música totalmente acústica com 11 minutos de duração, mas diferente de todas as músicas folk que havia feito antes: “Desolation Row”! A música vem acompanhada de um violão que sola do começo ao fim e a letra tem co-autoria do Demo! Olha ele aí novamente presente nas obras de Bob! A letra é uma viagem que mistura desde Cinderela a Einstein, Cain e Abel ao Corcunda de Notredame e o Fantasma da Ópera a Casanova. É uma loucura escrita pelo mestre durante uma de suas “viagens noturnas”. Mais uma vez, uma sonzera!


Bom, escrevi demais! Tudo isso para dizer que não deixem de ouvir esse disco do começo ao fim e “enjoy the ride”!

Dylan tocando Tombstone Blues tendo Santana como convidado:




Vida longa ao mestre Dylan!

sábado, 24 de outubro de 2009

Bons Vídeos

Estou escutando dois discos novos. O primeiro é o do JET (Shaka Rock). Não creio que esteja no nível do "Get Born" de 2003.
E o outro é do Chris Cornell (Scream), produzido pelo Timbaland. Por isso e pelo show que assisti no início do ano, não espero muito.

Mas encontrei vídeos das músicas "Climbing Up The Walls" do Chris Cornell e "Goodbye Hollywood" do JET que são muito bons. Cliquem e vejam porque...








VIRGIN 500

Eu gosto de listas. Os melhores discos, bandas, músicas, deste ou daquele estilo, desta ou daquela época. É divertido e nos reserva boas surpresas.
Estou terminando a lista das 500 melhores músicas de Classic Rock feita pela Virgin. Fui pelo lado mais difícil e lento, garimpando música a música. Claro que a grande maioria eu já tinha no meu iTunes, e outras eu conhecia mas não sabia quem tocava. De qualquer forma acrescentei muito na minha coleção.

A primeira boa surpresa foi o Golden Earring, banda holandesa formada em 1965. Um baita blues-hard rock-psicodélico.
Muitos conhecem pela maravilhosa Radar Love:


O disco Moontan, de 73, mais parece um EP, porque tem só 6 músicas. Mas é sensacional.

Com o tempo vou colocando mais coisas. Aqui a lista completa. O Top 1 da Virgin foi a Bohemian Rhapsody do Queen, mas prefiro pensar que numa lista de classic rock deste quilate não há vencedores.


quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Solos Inesquecíveis: November Rain

De vez em quando, decidi que vou colocar algumas músicas aqui no site pra relembrarmos solos memoráveis de guitarra. Não precisa ser nada muito rebuscado, nada muito técnico. E, ah!, focaremos em solos de rock n roll, que é o assunto principal deste humilde blog. Fãs de jazz puro e amantes da música clássica: Beethoven e Miles não entram na série.

Dedico este primeiro post da série para November Rain, do Guns n Roses. É sério! O Slash, além de ser um guitarrista fantástico, é simples e tem bom gosto. Quando eu digo simples, é porque ele tira melodias de escalas descomplicadas. Explicando melhor: é um cara que faz um feijão com arroz de primeira qualidade, simples e de alto nível.

Lembro que eu gravei na MTV o clipe, que por si só já é antológico. A música vai crescendo, e vai mostrando a trágica história da chuva de novembro. O Axl no piano, clipe com parte ao vivo, no Carnegie Hall, e parte gravada, simplesmente foda!

E aí vem a hora de que todo guitarrista gosta: o solo! O cara passa a música se contendo, andando na linha, marcando ritmo. E agora? "Agora eu vou quebrar tudo!". Em November Rain, o solo do Slash simplesmente massacra tudo pela frente, com uma daquelas melodias que sabemos assobiar até hoje se alguém nos perguntar.

Lembro que prestava atenção no Slash durante o clipe. Reparem que há 3 solos na música, ou 1 em 3, sei lá. Eu rebobinava a fita (estamos ficando velhos!) pra ver o Slash de novo saindo da igreja e tocando guitarra no vendaval de areia. A câmera em círculos é sensacional, e o solo é muito poderoso. Detalhe: o clipe custou 1,5 milhão de dólares, e está no top 10 dos mais caros da história.

Já na parte final, Slash realiza outro sonho guitarrístico, subindo no piano para detonar um solo final, em compasso com o velório na música. Podemos até abrir um debate a respeito, mas não me vem na memória um solo tão incrível no rock depois da era Guns. Deve haver algum, com certeza, mas esse foi tão marcante que fica difícil escolher um mais contemporâneo.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Videogames e Música


Esse post ficou no congelador por um tempo. Achei que era preciso pensar, refletir e observar a realidade das coisas antes de opinar. Queria falar algo sobre os jogos de música, como o Guitar Hero e o Rock Band, mas precisava conhecer mais do assunto.

Trata-se da discussão a respeito dos jogos ajudarem o pessoal a partir para os instrumentos de verdade, ou perder tempo com instrumentos falsos. Desde já, adianto que tenho amigos músicos com opiniões opostas. Os músicos famosos também opinam: Jimmy Page, Prince e Jack White, por exemplo, não querem saber dos jogos, acham uma besteira. Paul McCartney deu o OK para o jogo dos Beatles, portanto adota a experiência musical como diversão.

Como guitarrista, eu tendo a querer falar só dos instrumentos reais. Claro que, de um ponto de vista de quem tem desejo de ingressar no mundo das aulas e teoria musical, partir pra coisa de verdade é algo simples de escolher.

Mas não é disso que estamos falando. E por isso discordo de toda essa birra das pessoas com os jogos. E em todas as dimensões possíveis. Em primeiro lugar, é um jogo, e é divertido, muito divertido. Quam ainda não testou, não sabe o que está perdendo. Iniciante ou avançado, alguma diversão você terá. Não me venham dizer que não é interessante empunhar a guita a la Slash e tocar November Rain no videogame.

Fora isso, é um "desvio" benéfico para o pessoal novo. Não nos esqueçamos que vivemos também no universo virtual hoje, e isso não é diferente com a música. Dentre os que têm os jogos, os que já têm um desejo pelos instrumentos reais. Já vi muito roqueiro dizendo que é babaquice, nos tempos deles era tudo real, experiência roqueirística pura. Ok, ok. Estão parecendo aquele avô rabugento, que vivia numa terra onde tudo era melhor. Nada mais chato!

Não pensem os senhores que não pesquisei os números. Encontrei um estudo da Fender, feito em novembro do ano passado com mais de 800 professores de guitarra. Notem bem que o estudo é de uma empresa de guitarras, os maiores preocupados em não vender seus produtos. Entretanto, o resultado aponta para a importância dos jogos no aumento da demanda por aulas, e numa curva de médio prazo. Dizem os instrutores que os jogos ajudam na transição para músicos reais. E isso é fantástico nos números: 50% das crianças que mencionam o jogo e querem aulas têm entre 8 e 10 anos. Assim, economicamente é um cenário também atrativo: maior demanda por professores, mais geração de renda, e mais venda de guitarras.

No fundo, o alavancador da história é que os jogos fazem a experiência musical explodir para muitos que não teriam essa vontade sem o Guitar Hero ou o Rock Band. E estes são muito mais numerosos do que os que deixam de querer aprender o instrumento para simplesmente jogar.

Entre torcer o nariz pros jogos e me divertir sem medo de ser feliz, sou muito mais a segunda opção. Sem mencionar que é algo que não volta atrás, ou seja, caras feias não extinguirão o mercado de video games. Sei lá..se deixar vão dizer que jogar GTA também não serve, tenho que virar um traficante de verdade. Tenho que ser da liga da NBA e só jogar basquete nas quadras...blá, blá, blá..

Guitar Hero e Rock Band contribuem com o rock, contribuem com a música tocada ao vivo, com os solos de que tanto gostamos. Simplesmente porque despertam a sensação de fazer música, e a canalizam para o mundo real.

Jack White, vai ver se eu tô na esquina e não enche o saco!

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

O Milênio Emo: QUE MERDA!

Já dizia um sábio: “Não existe música velha ou nova, existe música boa ou ruim!”

A frase acima resume bem o que penso a respeito da música. Confesso que sou fã do rock dos anos 60 e 70... Ainda acho que foram as duas melhores décadas da música, mas, não “tapo os ouvidos” para coisas atuais desde que tenham um mínimo de qualidade. Falemos sobre as décadas de 80 e 90 até chegarmos aos dias de hoje.

A década de 80 passou quase despercebida por mim não fosse por Iron Maiden, Mettalica e Guns N’ Roses (essa última foi a banda que me levou ao mundo do rock n’ roll, local do qual não sairei jamais, por isso, devo respeito a essa década). Teve também o “boom” do rock nacional e, como vivia em Brasília na época, vi nascer esse movimento e gosto de algumas bandas até hoje! Hoje, escuto clássicos “oitenteros” em festas com os anos 80 como tema e acho muito legal, mas, mais pela nostalgia do que qualquer outra coisa. Sei que muitos, principalmente o Renan, dirão que muita coisa boa surgiu nos 80, eu não via dessa maneira, até a chegada do novo milênio, mas explico isso mais adiante...

Os 90 iniciaram com o movimento grunge, muito apreciado pelo meu amigo Marcelo, que tentou resgatar um pouco da pegada do rock n’ roll dos 70 com doses de punk e pop. No começo, não me despertava muita emoção. Até que surgiu o álbum Ten do Pearl Jam! Esse já mereceu até post exclusivo meu tamanho “soco no estômago”! Discaço! Nessa onda de grandes bandas dos 90, eis que surge o Black Crowes com o disco Southern Harmony and Musical Companion. Finalmente uma banda com um instrumental a la Led Zeppelin e com um “vocal de trovão”! Esse disco é simplesmente perfeito, por isso, futuramente entrará na série “Discos Bons do Começo ao Fim” com um post exclusivo. Os irmãos Robinson são foda!

Vejamos os dias atuais: Como falar mal da década de 80 se com a virada do milênio surgem um bando de bostinhas, de cabelos lambidos com franjinhas até o queixo, calças coladas e que ficam gritando e chorando no microfone? Quem são eles? Os “Emo-bichas”! Uma foto que ilustra bem essas figurinhas é essa do dublador Pablo do programa “Qual é a Música” do Silvio Santos, o primeiro Emo da história do país!

Pablo na década de 80


NX Zero, Fresno e agora uma tal de Cine que, mais bichas, impossível! Como podem ouvir essas maricas chorando ao microfone? Como podem gostar de bandas que têm como passatempo brincar de “pega-varetas”... entre eles (cada um leva a sua vareta)!!!??? Que lixo! É o fundo do poço da música! Essa música fica “abaixo do cu do cachorro”! Por que os Emo-bichas não ficam em casa dando os seus Emo-rabos?

Gimme Rock n’ Roll! Aquele que quando tocado invade a alma dá uma sensação de que recebeste um cruzado de direita na ponta do queixo ou na boca do estômago! Aquele que dá vontade de pular e sair quebrando tudo! Aquele que as vezes dá vontade de sentar e relaxar tomando um Jack Daniels... Mas por favor, não ouçam nada que faça com que tenhas vontade de vomitar ou de se atirar da janela de seu apartamento ou de se afogar no tanque da sua casa!

Existe música boa e música ruim... E os Emo-baitolas, com certeza, fazem música ruim!

Torço para que algo de bom surja no novo milênio, por enquanto, tá feia a coisa!

Bom, foda-se! O Que importa é que tenho ingresso para o show do AC DC!
Com certeza não encontrarei nenhum Emo-Queimador de Rosca por lá...

For Those About to Rock, We Salute You!

domingo, 4 de outubro de 2009

Live from Abbey Road

Venho comentando com o Marcelo que o melhor programa de música dos últimos tempos é o Live from Abbey Road, hoje em fase de preparação para a terceira temporada. Consegui todos os episódios das duas primeiras, e simplesmente não consigo parar de assistir. Fazem um mix excepcional de estilos e entrevistas, de antigos e novos. Mostra todo o ambiente do templo sagrado de gravação da música, forçando os artistas a entrarem num nível artístico mais elevado.

Por que o programa é de alta qualidade?

Porque
1. como já diz o nome, é gravado ao vivo no Abbey Road Studios
2. preza pela alta definição de som e imagem
3. tenta mostrar, em clima intimista e dark quem realmente são os artistas
4. revela quem são os que realmente sabem performar sem precisar de barulho nem platéia

Decidi por um pedaço de um dos episódios para vocês assistirem. O Def Leppard toca e fala sobre a música nos últimos anos, o que vem ao encontro das nossas discussões no site sobre os anos 90 e as bandas anteriores.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Grunge - O atentado mal sucedido ao rock n' roll!

Confesso que nao terminei de ler o post do meu amigo Marcelo. Nao sei, mas eu nao gosto de grunge por um simples motivo: tentaram matar o rock n' roll!

Sim. Tentaram acabar com a harmonia da música e com a sensualidade e estilo de vida do rock. Aquela história de ser o excluído da turma, usar camisa de flanela e fazer um monte de barulho, definitivamente nao é rock! Por isso nao gosto!

As músicas nao fazem sentido do ponto de vista de harmonia. Os acordes sao feios e desafinados. É mal tocado! Me remete a Chico Buarque... algo que causa desconforto a qualquer conhecedor e apreciador de música! As origens musicais do grunge sao desconhecidas. Nao veio do New Wave e, por favor, nao me digam que veio do punk! A identidade grunge foi tao superficial que nao durou cinco anos (onde estao as camisas de flanela e os coturnos?).

O grunge é monocromático e cinzento... O rock n' roll tem brilho e glamour! Envolve mulheres, bebidas e festas. É pra cima! Nao tem vocacao pra ser deprê!

Quero caminhar pela Sunset Boulevard, bebendo e flertando com gatas! Nao quero vagar na chuva de Seattle sozinho e me perguntando porquê sou um fracassado!

Sorte que a bomba do grunge estava tao "pra baixo" que quando estourou nao fez nem cosquinha no bom e velho rock n' roll!

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Young Bros...

Renan me deixou nostálgico....
Dia 27 de novembro deveria ser feriado no Brasil. É dia de show único do AC/DC, em São Paulo. Assim, todos os rockeiros do país poderiam dirigir-se à capital paulista prestigiar uma das maiores bandas de rock da história ainda em atividade.

A maioria já leu, mas vou colocar aqui para registro, a descrição que eu fiz do show deles em Barcelona, no último mês de junho, quando tive o prazer de vê-los ao vivo pela primeira vez.


Há coisas a se fazer nessa vida...


21:00hs: milhares de seguidores se dirigem ao Estádio Olímpico de Montjuic em
Barcelona, palco principal das Olimpíadas de 1992. A maioria não dá bola, muito
menos os vários senhores de meia idade vestidos de colegiais. Aqui uma nota
sobre a banda de abertura, The Answer, que vem abrindo pros caras durante a
turnê européia. Bons, apesar da potência do som estar pela metade.


22:00hs: com pontualidade as luzes se apagam. Nos dois gigantes telões nas
extremidades do palco um vídeo de uma poderosa locomotiva do inferno começa. O
trem do rock & roll chegou, todos a bordo!!

22:03hs: Os 5 tripulantes entram no palco de forma discreta, caminhando, como se
nada estivesse acontecendo. Angus simplesmente se curva, e com a boina saúda os
63.000 histéricos fãs. Começam com Rock & Roll Train. Mal consigo escutar a
música, tamanho o barulho do público. Nunca tinha visto isso.


22:10hs: Back in Black e todas, todas as pessoas do estádio pulam. A energia
naquele momento é inacreditável. Na frente do palco eu já avisto os primeiros
enfermeiros com macas correndo. Não é espetáculo para iniciantes. Já dá pra
notar como é o esquema: Angus e Johnson são os donos da banda. Quando os dois
caminham pra frente os outros dois recuam. É como futebol, uma linha de
impedimento.


22:30hs: Luzes apagadas. Milhares de guampinhas brilhantes aparecem na
escuridão. Acordes de “The Jack”. Primeiro show particular. No telão só
focam nas gostosas. É hora do strip de Angus. Não é Kim Basinger mas mesmo assim
todos querem que chegue ao final. Cuecas pretas com um raio na bunda. Existe
desdém maior?


23:40hs: Novamente escuridão e outro vídeo no telão. Um bombardeiro se aproxima.
Com guampas na cabine. Ele é o piloto. O compartimento se abre e milhares de
guitarras são lançadas. Logo depois milhares de groupies de pára-quedas tetudas
seguem o mesmo caminho. Embaixo, conduzindo um tanque de guerra está Brian
Johnson. Quando este pára, é esmagado por um sino gigante. No mesmo momento este
sino baixa no palco. Hells Bells. O público vem abaixo. Do meio do estádio, no
final da rampa por onde os dois desfilam, Brian vem correndo e se pendura no
sino. A banda entra com tudo. Acabaram as macas.


23:10hs: Uma pausa maior e Johnson volta sozinho. – “Vou contar pra vocês uma
história sobre a Rosie....” Minha música favorita. Tinha no meu celular,
lembram? Uma boneca inflável gigante, com tetas gigantes, cresce atrás da
bateria. É a Rosie.


23:20hs: Segundo show do Angus. Solo na música Let There Be Rock. Suado, careca,
ele vai até o meio do estádio pela rampa. Um mini-palco se eleva e ele aparece
sozinho a uns 10 metros de altura. Um feixe de luz recai sobre ele. “Não, ainda
não. Tenho muitas almas que coletar”. Deita-se no solo e imita uma barata
agonizando. Papel picado, luzes, explosões, ...tudo sem parar de tocar. O povo
está hipnotizado. Uma adoração igual, talvez com os Stones.


23:30hs: Pausa pro bis. Vídeo. Todas as capas. Focando sempre nele. Pára no
Álbum “Let There Be Rock”, e na foto do Bon Scott. Homenagem justa. Não nos
esquecemos de você. O palco fica todo vermelho, chamas altas. O chão se abre e
Angus Young aparece, com guampas, entre fumaça de gelo seco. Veio do próprio
inferno, sorrindo. Highway to Hell. Brian Johnson volta vestido com a camiseta
do Barça. A do triplete. Não preciso dizer como o público recebe.


23:40hs: - “Barcelona, we salute you!!” É a última. 4 canhões ao lado de cada
telão se posicionam. Agora vocês voltam conosco, lá pra baixo. É a última antes
dos fogos de artifício. Angus Yung vai embora sem dar uma palavra o show
inteiro. Não precisa.

Há coisas a se fazer nessa vida....uma delas
é ir a um show do AC/DC.



Setlist...

Rock N' Roll Train
Hell Ain't a Bad Place to Be
Back in Black
Big Jack
Dirty Deeds Done Dirt Cheap
Shot Down in Flames
Thunderstruck
Black Ice
The Jack
Hells Bells
Shoot to Thrill
War Machine
Dog Eat Dog
Anything Goes
You Shook Me All Night Long
T.N.T.
Whole Lotta Rosie
Let There Be Rock
Highway to Hell
For Those About to Rock (We Salute You)

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

For Those About to Rock!

Separem os adultos das criancas...

Estou sentado no banco da minha bateria ao lado do cabo de rede... Já roi todas minhas unhas, tomei duas doses de Jack Daniel´s. Estou tossindo e respirando mal. Pensava que a mudanca climatica de Porto Alegre havia me afetado, mas nao é isso. Em algumas horas comeca a venda de ingressos para o show da maior banda de Rock n' Roll da atualidade: AC/DC.

Sim, a maior! O AC/DC define o que é esse estilo de vida: excessos, riffs pegajosos e fáceis, solos de guitarra, um vocalista carismático (as duas versoes), refroes animadores. Isso nao é apenas a minha humilde opiniao. Os números corroboram! A banda existe desde o comeco dos 70. E seu disco de largada, como o próprio nome diz, já foi um petardo (1975: TNT e 1976: High Voltage)! A primeira música anuncia o longo caminho que os australianos deveriam seguir para chegar ao Olimpo do Rock n' Roll!

Uma sequência criativa sucedeu esses dois álbuns com hinos, como Dirty Deeds, Whole Lotta Rosie e Problem Child, até o apogeu da Era Scott em Highway to Hell. Acredito que o álbum é a "Crônica de Uma Morte Anunciada". A vida do carismático Scott foi pautada por excessos e uma belíssima e humilde inocência. Juntamente com a base heavy dos irmao Young (merece um capítulo à parte) e a sempre básica e consistente cozinha de Phill Rudd e Cliff Williams, o agitado Scott mostrou ao mundo a quê o AC/DC veio...

A morte de Scott felizmente nao foi o fim da banda. Os irmao Young sabiam que o caminho era longo... Encontraram o também carismático e áspero Brian Johnson para estar à frente nos vocais. Bela escolha! Nao perderam tempo, nem o respeito a Scott: voltaram de preto, de luto! (também merece um capítulo à parte!) Mas de uma forma em que Scott seguramente se orgulharia muito - arregacando! Os sinos do inferno, onde o anterior vocalista já estava ardendo, anunciavam que seu sucessor ia dar conta do recado. A música Back in Black, talvez a maior dos anos 80 e uma das maiores da história da música, tem um poder divino de ressucitar as pessoas, da mesma forma que Jesus Cristo o fez na Galiléia. Seriam os irmaos Young os novos Messias? A resposta é: sim!

A carreira da banda nao foi tao consistente nos anos 80. A retomada veio no final da década com Blow Up Your Video e The Razor´s Edge. A mesma fórmula do primeiro parágrafo! No anos 90, o Live e o aclamado Ballbreaker, que trouxe a banda ao Brasil pela segunda vez (primeira, foi o Medina em 85).

O Black Ice é o topo para aqueles que querem fazer rock n' roll. O disco é facilmente reconhecido, mas tem uma levadas Pop essencial para o rock e sucesso da banda. As vendas surpreenderam, mas ainda mais megalomaníaco sao os números da turnê: a mais exitosa do ano (onde estao U2 e Madonna?). Sucesso absoluto!

Acompanhado por aqueles da Era Scott, aqueles da Era Johnson, aqueles da era Guitar Hero, o AC/DC é unânime: é bom! É a maior banda da atualidade!

Já nao tenho unhas, a gripe passou e a garrafa de Jack acabou. Minhas costas doem! Mas me sinto curado. Os irmao Young acabam de operar mais um milagre! We salute you!

terça-feira, 29 de setembro de 2009

The Black Crowes


Hoje o post é dedicado aos Black Crowes, banda da qual sou fã absoluto. Não é apenas pelo fato de ser fã, mas é um reconhecimento ao trabalho inteiro dos caras, e uma maneira de falar do novo CD, Before the Frost.

Temos falado tanto em bandas que são maduras, que resistem ao tempo. Pois nada mais justo do que incluir o Crowes no panteão definitivo do rock, pois lá se vão 20 anos de puro rock n roll. E é uma entrada sem contestações. A banda tem 4 momentos principais que explicam a trajetória: início, meio, retorno e reinvenção.

Apesar das mudanças, há que se deixar claro que os pilares da banda são os irmãos Chris e Rich Robinson. A primeira etapa é o pico, a chegada do Black Crowes. O primeiro disco é o um sucesso: Shake Your Money Maker. O segundo mantém a saga: The Southern Harmony and Musical Companion. Aos que não conseguem ver o potencial da banda, não é qualquer um que, com dois álbuns, já carrega músicas como Twice As Hard, She Talks to Angels, Jealous Again, Thorn in My Pride, Sometimes Salvation e Remedy. Não bastassem essas, eles detonam o mercado com Amorica, terceira pérola da banda. Com uma capa fenomenal, banida em algumas lojas, o disco, apesar de não ter um hit single principal, traz músicas excelente como Gone e A Conspiracy.

A banda ingressa, então, no seu segundo período. Three snakes and One Charm saiu pras lojas, e logo By Your Side. Esses dois discos atingiam já a MTV, e trilhavam numa onda bastante soul, e em um rock mais mainstream. Isso, obviamente, não quer dizer falta de qualidade: que o digam Kicking my Heart Around, Go Faster, Only a Fool. Ainda nesse período, gravam um disco duplo com Jimmy Page, parte com Crowes, parte com Zeppelin. Finalmente, lançam Lions, com a faixa Soul Singing atingindo as paradas da Billboard lá em cima nos top 20.

Devido a planos, e a problemas de relacionamento principalmente vindos do vocalista Chris Robinson, a banda se separa em 2002: "we´re taking a hiatus". Eu me lembro de pensar que isso era realmente triste, pois era um disco melhor que o outro, todos com suas influências, mas sempre mantendo a pegada refinada e forte. Pra mim, era uma banda "tábua da salvação dos anos 70". Em 2004, chegamos a ver um gostinho de volta aos palcos, quando tocaram Sometimes Salvation com o Gov´t Mule. Pra quem já é fã de Gov´t Mule, não preciso perder uma vírgula explicando o que foi a música ao vivo. Pra quem não conhece Gov´t Mule, ainda há a luz no fim do túnel. Chama-se You Tube. Ou baixar tipo...todos os discos.

E quando tudo parecia acabado, sem muita esperança, o Crowes se reforma e retoma a vida. A principal vinda foi o guitarrista Luther Dickinson, que eu já havia comentado aqui no post do North Mississipi Allstars. Hora da turminha do contra dizer que não vai acontecer nada, que é revival, caça níquel. Nada que Warpaint, o aclamado álbum do ano passado, não pudesse calar. Mas calar com louvor. A crítica se curvou, e o álbum bateu o quinto lugar no chart da Billboard. Goodbye Daughters of the Revolution é espetacular.

A galera do amendoim volta (esse povo nunca aprende, porra!), e acha que foi só acaso. Pois o óbvio volta a ser provado. Before the Frost acaba de sair, e gravado ao vivo no Levon Helm Studios, em Woodstock, NY. Gosto de ressaltar o ao vivo por duas coisas que me interessam em boa música: eles são foda ao vivo, e são foda ao vivo. Banda de cara bom é assim, grava em um take, e material bom! Novamente, me delicio com o silêncio dos que torcem o nariz para esse grupo indiscutível de rnr.

A caixa de pandora foi reaberta, e não há lugar para músicas requentadas nem idéias ultrapassadas. Vida longa ao bom rock. Os corvos negros seguem na destruição roqueira. Faixa presente do novo disco: Good Morning Captain. Claro, ao vivo...

sábado, 26 de setembro de 2009

SUJEIRA

Ninguém pode negar que os anos 80 foram importantes na história do rock. O punk ganhou força, o rap, a batida eletrônica, o trash-metal, MTV, até o rock brazuca teve sua onda com Barão, Ultraje, Titãs, Sepultura, ...tivemos nosso Rock In Rio!

Mas também serviu pra mexer em time que estava ganhando. Isso foi, na minha opinião, o que aconteceu com o hard-rock. Claro que tivemos boas surpresas como Van Halen, Guns&Roses, Motley Crue, e toda essa galera do hard farofa...mas com o tempo ele foi ganhando maquiagem demais, laquê demais, efeitos especiais demais, sósias do Rod Stewart demais. Virou circo.

Até que no final dos 80, uma galera que tocava rock de garagem na fria e chuvosa região de Seattle, USA (aqui de novo minha teoria que rock é coisa de clima frio) resolveu gritar basta!! Ao invés de pintar e copiar o cabelo da tia, pararam de cortar. Trocaram as calças e coletes de couro por jeans e a velha camiseta. Botas de couro de cobra por All-Star, e finalmente, queimaram os casacos de tigresa e botaram a camisa de flanela xadrez na cintura.

Na música, distorceram, encurtaram, falaram mais sério nas letras e nas performances ao vivo. Mesma energia, mas com uma postura mais melancólica do que estávamos acostumados. E retomaram o peso. O Grunge virou gênero.

Duas bandas deram origem aos nomes mais conhecidos de hoje: Green River, de levada mais punk e o Mother Love Bone. Essa última originou o Pearl Jam. O salto de popularidade veio com a gravadora Sub-Pop, que resolveu apostar, entre outros, em um tal de Nirvana. O resto é história.

Vou listar alguns discos que para mim são essenciais, em qualidade e em importância:

1. Bleach, Nirvana. Foi o primeiro, mas ganhou mais importância depois do sucesso da banda. Pesado. Destaque: Love Buzz

2. Superunknow, Soundgarden. Minha banda grunge favorita. E nesse disco atingem a maturidade. Chris Cornell quebrando tudo. Destaque: My Wave

3. Sweet Oblivion, Screaming Trees. Sempre ficaram um pouco à margem do sucesso de outras bandas. Mas esse disco é ótimo. Destaque: Nearly Lost You

4. Dirt, Alice In Chains. Depois de Facelift com "Man In The Box" era difícil criar coisa melhor. Conseguiram. O guitarrista Jerry Cantrell é um monstro. Destaque: Them Bones

5. Vs., Pearl Jam. Calma, o Ten não está aqui só porque o Diogo já dedicou um post inteiro. Mas este também merecia. Detaque: Rats

6. Core, Stone Temple Pilots. Primeiro discaço da banda do Scott Weiland. Destaque: Wicked Garden

7. Temple Of The Dog. Disco homônimo pela morte do vocalista do Mother Love Bone. Fizeram parte músicos do Pearl Jam, Soundgarden e do próprio MLB. É muito mais do que "Hunger Strike". Chris Cornell, de novo. Destaque: Times of Trouble

8. Nevermind, Nirvana. Gostem ou não, o disco mudou a história do rock. Aqui todas são destaque. Vão comprar o disco pra depois mostrar pros filhos....

Hoje em dia ainda encontramos bandas grunge. O PJ viro mainstream. O Alice quer voltar de vocal novo. Dizem o que Stone Temple Pilots também volta. Mas o importante é que a gurizada de 20 anos lembra deles antes do Poison. E isso já vale. Grunge pode significar "sujo", mas é melhor que cheiro de laquê.



terça-feira, 22 de setembro de 2009

The Answer

Rock com culhão. Rock com pegada setentista, com guitarra nervosa, com vocalista tomado pelo espírito roqueirístico. Assim é o quarteto The Answer, do interior da Irlanda. Pra mim, uma das bandas mais subestimadas do rock atual. Com cinco anos de existência, foi votada pela revista Classic Rock como a melhor banda de 2005. Um ano mais tarde, já ganhava todos os prêmios de banda de rock e revelação. Lançaram o único CD, Rise, e partiram pra tocar com Whitesnake, Paul Rodgers e, atualmente, com os mestres do AC/DC. Ouvi dizer que duas músicas deles, mesmo sendo de um álbum, já figuram no jogo Guitar Hero. Mesmo assim, acho pouco. Ninguém fala muito deles, pelo menos no Brasil é zero.

Hoje não estou muito a fim de ficar explicando os motivos de a banda ser puro rock and roll, prefiro meter um video aqui que é muito melhor. Destaque pra todos, mas mais pro Cormac Neeson, esse mutante Joe Cocker-Coverdale-Plant. Ouçam o Rise, é alucinante. Esqueçam os papinhos modernéticos de que é mais do mesmo. Aliás, façamos diferente: se é mais do mesmo do que era o melhor do rock, então que venha o The Answer! Eis a nossa resposta roqueira.





segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Série: Discos "Bons do Começo ao Fim"

Inauguro a série: Discos “Bons do Começo ao Fim” com o álbum abaixo:



Por que logo com ele? Não existe uma razão em especial... Pelo simples fato de tê-lo escutado esse final de semana e lembrado do quanto é bom!

Os 90 iniciaram com o movimento grunge, muito apreciado pelo meu amigo Marcelo, que tentou resgatar um pouco da pegada do rock n’ roll dos 70 com doses de punk e pop. No começo, não me despertava muita emoção. Escutava falarem do Nirvana, mas não me animava ao ouvi-los. Tentei com Screaming Trees, Mudhoney, Meat Puppets, Candlebox e nada! Quando estava prestes a desistir de vez do movimento, eis que surge, Ten do Pearl Jam! Que álbum! Há quanto tempo não escutava uma guitarra rasgada de qualidade fazendo uma base pesada, solos geniais e bem trabalhados, vocais e letras com “punch”, enfim, que sonzera! Uma catarata de músicas sensacionais: Once, Even Flow, Alive, Why Go, Black, Jeremy, Oceans… É BOM DO COMEÇO AO FIM!
Convenhamos amigos, é muito difícil que um disco tenha todas as músicas boas... Esse tem! Deixo aqui a minha homenagem ao disco e a banda inaugurando uma nova sessão no nosso blog! Abraços e Long Live Rock n’ Roll!







P.S.: Outras bandas boas surgiram também com o grunge como: Stone Temple Pilots, Soundgarden, Alice in Chains e Radiohead. O próprio Nirvana lançou um álbum “unplugged” que achei maravilhoso. Estranho não? Achei o acústico do Nirvana do caralho e não consegui gostar das músicas originais “plugadas”... Marcelão, tu como profundo conhecedor dessa época podia fazer um post mais detalhado sobre o “Seattle Rock”, né?

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Faaalaaa!!!!

Neste próximo sábado um grande amigo meu vai se casar. Infelizmente não poderei estar presente, então dedico a ele este post.

As pessoas identificam passagens da vida com música. Eu sou assim. Acho que todo mundo é um pouco. É só escutar determinada banda que logo vem à cabeça aquela viagem, aquela turma do colégio, aquela ex-namorada, aquele amigo.

Então vou colocar aqui músicas de 3 grandes bandas que eu gosto, recomendo, e ao mesmo tempo me lembram esse cara.

A primeira é do Midnight Oil, banda do careca mais esquisito do rock. Australiana, começaram no final dos anos 70 e explodiram no final dos 80. São dessa época os álbuns "Blue Sky Mining" e "Diesel & Dust"; obrigatórios pra quem gosta de surf music, curtir praia, ou amarrar-se em um portão de fábrica pra protestar contra ataques ao meio ambiente.


A segunda é do Skank, uma das minhas favoritas nacionais. Apesar de mineiros e de um começo puxando pro raggae fajuto, com o disco "Maquinarama" os caras confessaram de uma vez o amor pelos Beatles e deram uma puta virada na carreira. A partir daí, só bons discos.
Essa aqui ainda não é dessa fase. Mas é duca.


Por último, minha banda favorita da tal surf music. Ao vivo são um soco no estômago e já passaram por POA. Sem mais.


Ok, prometi 3 mas vou colocar mais uma, que não é das minhas top, mas que boa parte da turma 569 da PUC teve que escutar algum tempo na voz do noivo.


Maureco, felicidades velho!


segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Huge Buddy...

O Blues é um dos estilos pelos quais tenho mais afeição. Não dá pra explicar muito, mas tem a pegada forte do rock n roll, com a diferença de que cava mais fundo na angústia e no punch guitarrístico. É o professor do rock, o precursor do solo chorado, carregado de sentimento. Como os grandes nomes do estilo já estão velhinhos ou morreram, sobram poucos para podermos ver ao vivo.

Há uns 10 anos atrás, tive o prazer de ver o Buddy Guy tocar ao vivo em São Paulo. Sou fã do BB King, do Clapton, do Stevie Ray Vaughan, entre outros. Mas naquele show eu fiquei completamente hipnotizado. Difícil descrever, mas é o negão fera aparecer com seu macacão e sua guitarra de bolinhas, que você automaticamente o venera e o respeita com um mestre da música. Ele tocava absurdamente bem, cantava a um metro do microfone com voz de trovão, conduzia o público com extrema facilidade...chegou a entrar no banheiro feminino pra solar na guitarra. Um êxtase que só o blues traz pra você. Justamente porque é uma lamentação tentando ver um lado bom da história.

Por que o post? Porque estava assistindo Shine a Light novamente, e é impressionante ver que não há páreo para os grandes mestres do blues. Ele rouba a cena, é respeitadíssimo pelo Keith Richards, e sai do palco sobre a saudação de Mick Jagger: "Buddy Motherfucker Guy".

Isso é blues. 3 minutos e você já sente o peso da bigorna na cabeça. Ou como diria meu amigo Diogo, o soco no estômago.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Motown

Tenho escutado muito R&B, Funk e Soul ultimamente e tenho gostado do que encontrei! Andei vasculhando os arquivos da Motown do Sr. Berry Gordy e encontrei grupos como The Temptations, The Four Tops, Smokey Robinson and The Miracles, The Supremes, Barret Strong, Marvin Gaye, Gladys Knight & the Pips, entre outros, que possuem músicas sensacionais cheias de riffs de guitarra bem trabalhados, linhas de baixo de altíssima qualidade, piano e bateria de peso e, principalmente, um vocal devastador de seus cantores! Como é bom ficar sentado tomando uma dose de Jack e escutando esses velhos clássicos das décadas de 50 e 60! Quem quiser pesquisar, segue algumas músicas para baixarem ou olharem no Youtube:

Papa Was a Rollin’ Stone – The Temptations
Get Ready – The Temptations
My Girl – The Temptations
(I Know)I'm Loosing You - Temptations
You Can’t Hurry Love – The Supremes
Baby I Need Your Lovin' - The Four Tops
I Can't Help Myself - The Four Tops
Money (That’s What I Want) – Barret Strong
I Heard It Through the Grapevine – Marvin Gaye
What’s Going On? e Let’s Get it On– Marvin Gaye (esses já nos anos 70)
Midnight Train to Georgia – Gladys Knight & the Pips
I Heard It Through the Grapevine – Gladys Knight & the Pips (sim… Gladys, Marvin Gaye e Creedence Clearwater gravaram essa música)

Algumas "amostras grátis":

Four Tops - Reach Out (I'll Be There)



Smokey Robinson and the Miracles - The Track of My Tears (essa música está em uma cena sensacional do filme Platoon...)



The Temptations - Cloud Nine

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

The Verve

Acho que iniciarei uma sessão de bandas que acabaram meio que esquecidas, mas que não merecem tal destino. Hoje no caminho de casa, fui abençoado com uma dessas lembranças. Olhando o semáforo que estava vermelho, a faixa Drugs don´t work, do The Verve, entrou no ar. Realmente, foi uma banda muito poderosa, com um compositor à altura dos grandes ingleses: Richard Ashcroft.

O CD Urban Hymns entra brincando na lista dos melhores álbuns dos anos 90, por qualidade e por importância. Saíram de um anonimato alternativo para a cena mundial, escancarando o melhor do britpop.

Além da Drugs, o CD tem Bittersweet Symphony (quem não sabe esse riff??), Sonnet e Lucky Man. A Bittersweet foi gerada a partir de um riff de Jagger e Richards, e Ashcroft tinha entrado em acordo com a gravadora. O pau comeu quando acharam que o trecho acordado tinha sido maior do que o combinado, e exigiram os direitos inteiros para a gravadora dos Stones. Ashcroft, revoltado, disse: "This is the best song Jagger and Richards have written in 20 years". Assino embaixo, inveja às vezes é uma merda. A música é fantástica, é do The Verve, não dos Stones.

O álbum é uma locomotiva de sucessos, bons sucessos. O grupo ficou sem tocar até o ano passado, e lançaram Forth, quarto disco da banda depois de um abismo temporal por todos os problemas imagináveis. Parece que as críticas foram muito positivas, embora apontem para um comentário de que a fórmula seja ótima, mas não tenha o mesmo impacto de antes. Acho que é porque eles mesmos a instituíram. Não interessa, taí uma banda de alto nível.

Aqui, o clipe ao vivo da música..

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Clapton is God


Comprei o vinil, Layla and Other Assorted Love Songs, do Derek and the Dominos, banda formada por Eric Clapton, Bobby Whitlock (teclados), Carl Radle (baixo) e Jim Gordon (batera). Todos tocaram junto com Clapton no Delaney, Bonnie & Friends. Quanto mais ouço Clapton, mais me apaixono e me dou conta de que o cara é sobrenatural! É um dos principais deuses do Olimpo do Rock! A genialidade de Clapton se mistura com a sua humildade. Ao saber que Duanne Allman estaria tocando em Miami em um show do Allman Brothers, Clapton pede para assistir ao show para ver o talentoso líder do Allman debulhando notas em sua Gibson Les Paul e imediatamente fica perplexo ao ver a técnica de Duanne, principalmente, ao tocar slide. Diz a lenda que Duanne, ao olhar para baixo e perceber que Clapton estaria na primeira fila assistindo ao show, parou de tocar por alguns segundos tamanho o susto ao ver que um de seus ídolos estaria presenciando seu “humilde” concerto. Dickey Betts (Allman Brothers), sem entender porque seu companheiro de banda havia parado de tocar, tentou camuflar a falta do som da guitarra de Duanne, mas, ao perceber também que Clapton estaria na platéia, virou as costas e fez a maior parte do show desse jeito. O Deus Clapton tem esse poder de hipnotizar aos que o ouvem, ou de amedrontar àqueles que querem seguir seus passos. Duanne não tinha com o que se preocupar! Durante as gravações do disco, Clapton babava ao ver Duanne tocar e vice-versa! O respeito e admiração eram mútuos! Reparem na sincronia da guitarra de Clapton com a de Duanne em Layla... Simplesmente brilhante! (Duanne merece um post no futuro com certeza!) Ah, já estava esquecendo, vale a pena ouvir a versão de Little Wing de Hendrix, outra prova da genialidade de Clapton.
Bom, voltando ao vinil, que obra prima. Lindo disco, musicalmente e artisticamente! A capa trazia a pintura de uma loira com flores, referência a Pattie Boyd, mulher de Harrison com quem Clapton estava apaixonado. A música Layla também é em homenagem a Pattie (outras homenagens a ela viriam no futuro, como Wonderful Tonight, por exemplo). Derek and the Dominos é mais um disco provando a maestria de Clapton. Não me canso de escutá-lo e de descobrir coisas novas em seu som! Concordo com a foto acima: CLAPTON IS GOD!

Layla com Clapton e Duanne Almann

domingo, 6 de setembro de 2009

Vikings II

Escutem essa pedrada do Entombed, do disco de 1993 "Wolverine Blues":


Ok. Agora relaxem os músculos do rosto e imaginem-se dirigindo um conversível na 66 rumo Santa Monica, CA com essa do Hellacopters do disco "By The Grace of God", de 2002:


Próxima parada: um passeio a pé pelo Harlem em NY passando em frente a uma loja de discos especializada em Gospel, R&B, etc. Tudo em vinil, claro. E você escuta este tema do The Solution, do álbum de 2004 "Communicate!".


Em comum nestas três bandas, duas coisas: são da Suécia e todas tem Nicke Andersson. Compositor/vocalista/guitarrista/baterista destes e de outros vários projetos que sempre resultam em boa música, de diversos estilos.

Eu vejo nele hoje um dos principais ícones do rock escandinavo e uma boa sugestão pra quem procura qualidade fora do eixo EUA/UK. Apesar de já nem ser tão novidade assim.

Hejdå!



terça-feira, 1 de setembro de 2009

Pé de Galinha

Equação:

Joe Satriani + Sammy Hagar + Michael Anthony + Chad Smith = Chickenfoot

Minha sincera opinião...pelo pouco que eu ouvi, podem dizer por aí que é uma coisa manjada, que é fake. Anyways, poucas bandam rasgam o som atualmente como esta. E os caras parecem estar se divertindo. A mistura louca de um virtuose com um red hot chili peppers mas dois tios de ume geração van halen resulta num rock pra botar você no lugar. Como disseram no comentário neste blog outro dia, merece uma dose de Jack Daniel´s...direto da garrafa.

Aguardo vossas opiniões...2009 está musicalmente recheado de alto e bom som! Não consigo julgar aqui se os indies perderam força, mas me parece que o mundo se enjoou um pouco dos alternativos. O negócio agora é rock viril...

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

In Your Face! Mr. Davy Knowles

Hoje, o post é especial. Dia desses, peregrinava pela net em busca de música fresca. Tenho manias incuráveis, essa é uma delas. Sabem por que? Porque o esforço recompensa. Eu gosto da internet porque ela é democrática, no sentido da liberdade que proporciona a quem mergulha pra ver o que está lá: tem todo o lixo, mas tem tudo de melhor também.

Davy Knowles é o nome desse moleque. Gravem aí, o cara vai ficar famoso. Ou o seu dinheiro de volta! Hoje ele tem 21 anos, mas já sabia, aos 11, que blues seria a sua vida. Nascido na Ilha de Man, mar irlandês, o menino escutava todos os discos do pai para sugar toda a energia guitarrística que emanava de Clapton, Rory Gallagher, John Mayall´s Bluesbreakers, entre outros. A banda atual dele se chama Back Door Slam, em homenagem a uma faixa de um dos discos do Robert Cray.

O leitor amigo me pergunta: "Bruno, comprove a sua tese!". Eu respondo: Davy já tocou e dividiu palco com nomes como Buddy Guy, Kid Rock & Lynyrd Skynyrd, The Who e Gov´t Mule. Suficiente? Não? Ok, seu próximo CD, já em produção, está sendo dirigido por Peter Frampton. O CD atual se chama Roll Away. E eu assino embaixo: é do cacete! Aula master de blues. Arrumem um jeito de ter esse disco!

Vou deixar um video apenas para vocês sentirem o drama do cara tocando e cantando. Reparem na banda também com um todo. É um trio de moleques que, se qualquer um aqui encontrasse na rua, acharia que eram 3 nerds que sentam na primeira fila da classe...

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Vikings...

Voltei, depois de duas semanas passeando pela gélida Escandinávia. O turismo foi ótimo e também serviu pra confirmar in loco o conceito de que os vikings são rock n' roll, e dos mais ferozes.
Passeando pelas capitais, e mesmo pelas cidades menores, é comum encontrar músicos de rua com repertórios respeitáveis.

Aqui um vídeo que eu fiz em Gotemburgo de um grupo de adolescentes passando o tempo numa tarde qualquer:


Esquecendo um pouco a qualidade, é genial ouvir Hotel California enquanto compramos um imã de geladeira ao invés da dupla indígena Coshise e Naische tocando os hits da Bolívia e Paraguai.

Outra coisa que me chamou a atenção foi a quantidade de gente (adolescentes, adultos, senhores) com camisetas de bandas de metal obscuras. Me senti na Osvaldo Aranha 10 anos atrás. Sabia que essas terras nórdicas eram berço da linha mais agressiva do metal. É da Noruega a banda de black metal Mayhem, precursora do movimento Inner Circle, que nos anos 80 queimava igrejas, e que teve dois integrantes mortos, por suicídio e assassinato. Gente finíssima.

Claro que a cultura lá também é muito influenciada pelos britânicos, e que o fato de serem bilíngues ajuda. Mas acho que o clima favorece. Rock vem do frio, da chuva, da neve. Vamos traçar uma linha pela América: o rock vai enfraquecendo ali pelo meio do México e só volta com força perto da Argentina. Taí, rock é uma questão climática.

E o próximo vídeo diz tudo. Olha só o Papai Noel dos caras:


Foi massa. Nos próximos posts volto falando mais das bandas de lá.
Abraço!!

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Vocal Groups (Parte II)

O que falar de Crosby, Stills, Nash & Young (CSNY)? Difícil, mas, em minha humilde opinião, foi simplesmente o melhor Vocal Group de todos os tempos!
Primeiro era Crosby, Still & Nash. Crosby era o mais conhecido e vinha do Byrds. Stills tinha saído do Buffalo Springfield e Nash estava no The Hollies. Em uma festa na casa de Mama Cass (The Mamas & The Papas), Crosby e Stills se juntam e começam a fazer música. Logo depois, Nash larga o Hollies e a banda CSN surge em 68. Em 69 entra Neil Young que já havia tocado com Stills no Buffalo Springfield e tinha recém formado uma banda chamada Crazy Horse. Ela entra no CSNY com a condição de poder trabalhar paralelamente com sua recém formada banda e de ter "full membership" nascendo assim o Crosby, Stills, Nash & Young. Após alguns ensaios, a CSNY começa uma turnê no verão de 69 em Chicago. Seu segundo show juntos foi, nada mais, nada menos, que no festival de Woodstock abrindo com a maravilhosa Suite: Judy Blue Eyes. Young não participou do set acústico e se recusou a ser filmado, mas estava lá. A harmonia e a química vocal existente entre esses caras é algo raríssimo de se encontrar. Quem escuta um disco do CSNY pode esperar uma viagem musical entre o Folk, Rock, Blues, Southern Rock e o Country. Abra uma garrafa de Jack Daniel’s, acenda um charuto e “sit back and relax”! Viva o Rock, viva o Jack Daniel’s e viva o CSNY!!!!!

Suite: Judy Blue Eyes



Down By the River

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

A shot of rhythm and blues!

Estive ontem na Via Funchal, em São Paulo, para assistir ao show de Chuck Berry, uma das lendas vivas do rock n' roll! Em apresentação curta e improvisada, Berry relembrou grandes clássicos como Sweet Little Sixteen, My Ding-a-Ling, Maybellene e a incendiária Johnny B. Goode! Provavelmente com um dos riffs de entrada mais famosos de toda a história do rock, Berry liderou um coro de 3 mil pessoas gritando 'go, johnny, go! go!'!

E no melhor estilo rock n' roll, Berry finalizou a apresentação com House Lights, convidando a mulherada para subir e dançar no palco!

Chuck Berry não faz a mínima questão de esconder seus 83 anos, mas toca guitarra de forma empolgada e cativante. Falou e brincou com o público, passeou por cada canto do palco e fez seu famoso duck walk no solo de Johnny B. Goode! Se o blues tem Robert Johnson e o jazz tem Sir Duke Ellington, o rock n' roll tem Chuck Berry! E o velho vai muito bem, obrigado!

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Momento Bosta: Prêmio Multishow 2009

Ok, eu sei que é chover no molhado, mas tenho que esvaziar um pouco da minha indignação. Este post é, em certo sentido, uma comprovação da nossa conversa sobre teorias roqueiras ao redor do globo.

Ontem, assisti a uma parte do prêmio Multishow 2009. Por que fiz isso? Não sei, alguma ponta de fé musical no Brasil. Algumas escolhas mantêm a integridade, como Marisa Monte e Seu Jorge. Outras, nem tanto: Ivete Sangalo cantando grávida, Caetano Veloso deixando a Mallu Magalhães emocionada, a Pitty tentando emplacar sucessos da Rita Lee, esta sim uma roqueira de verdade, junto com o Gilberto Gil. O Skank, que admiro, ganhou um troféu da Iniciativa. Confesso que só o nome já ativa minha ira politicamente incorreta. Não quero nem saber o que é.

Com o material acima, já me sentia num túnel do tempo requentado. Não tenho problema com os clássicos. Aliás, vivo deles. Só que uma coisa é um clássico, que não envelhece. Outra bem diferente é aquele pratão de arroz com feijão da semana passada que tentam te vender como fresquinho. Vamos ilustrar: DVD do Caetano Veloso com o Roberto Carlos cantando Tom Jobim..um dinossauro, um lixo mofado e sem graça. DVD do Eric Clapton com o Steve Winwood fazendo releituras de Ray Charles, Hendrix e músicas próprias: não preciso explicar mais. O último, genial, cheio de música e de vigor. O segundo, vergonhoso. Ou "gostosinho", "relaxante", como adoram dizer alguns. É lixo, completamente artificial.

Bom, vamos ao rock, que é o mais importante. E os campeões de 2009 sããããooo: Fresno, Melhor Grupo, e NX Zero, Melhor Álbum. E, ah!, a Revelação: Cine. É sério, eu fui olhar no You Tube. Não recomendo pra ninguém..não fiquei com vergonha, fiquei deprimido, com uma cara de puro momento broxa, momento bosta.

Prozac anyone? Eu tenho. Achei o comentário do João Gordo analisando o "hit". Faz você se sentir menos sozinho, e gargalhar....João Gordo tem que passar no horário nobre, meu irmão!