terça-feira, 28 de julho de 2009

Minuto de Rock: inspirados e losers

Hoje, enquanto mastigava um sanduíche e dava uns goles numa coca cola gelada, fiquei pensando sobre os países de origem das bandas de rock que eu gosto, e sobre as que estão na boca do povo, nos clipes televisivos, nos shows ao vivo, etc. Claro que Inglaterra e EUA são conclusões óbvias. Então fiquei pensando nos outros, fazendo uma sociologia barata e limpando a maionese que escorria do sanduíche. Na minha tese de 10 minutos, concluí que há gente sem culhão pra rock: franceses sempre vêm primeiro...tem os portugueses também, entre outros. Os países de língua castelhana, em especial Argentina e Espanha, têm muita tradição, gostam do barulho e da atitude pancada do rock n roll. O Brasil, na média, pega muito leve, adora um pop disfarçado de rock...sempre falta a coragem de enfiar um solo de guitarra na música, sempre falta uma letra mais agressiva, provocativa...tudo muito frágil, bonitinho. O que acham? É cunho histórico? Sonoridade linguística? Falta de talento mesmo? Falta de vontade? Por que o rock está nas veias de alguns, e passa tão longe da capacidade de outros?

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Parabéns, Jagger!


Dia 26 de julho foi o aniversário de um dos maiores frontman de uma das maiores bandas do Universo: Mick Jagger, vocalista dos Rolling Stones.
Além de possuir uma voz única e inconfundível, muitas vezes possuída pelo demônio, o "senhor" de 66 anos de idade continua com uma presença de palco de dar inveja a muitos cantores da atualidade metidinhos a rockeiros ! Abaixo, meu tributo a esse Deus do Rock em três momentos marcantes de Jagger: Sympathy for the Devil (para que vejam o demônio em pessoa na sua voz), Gimme Shelter e o clássico JJF (minha favorita)!








Vida longa ao Sr. Jagger e Keep on Rockin'!!!

sábado, 25 de julho de 2009

Brian Wilson

Os Beach Boys são uma banda pouco lembrada no Brasil nas discussões de rock, e pessoalmente acho que vale a pena trazer pontos importantes do que aconteceu naquela década maravilhosa de 60. Mais que isso: eu preciso de um post pra fazer justiça a Brian Wilson, um dos maiores gênios musicais vivos, e dono de uma biografia espetacular. Triste e problemática, mas espetacular.

Filho de pais músicos, o menino Wilson já se destacava por qualidades de voz e sua obssessão por melodias. Antes de chegar aos 20 anos, já havia composto Surfer girl, I get around, Don´t worry baby, California Girls, etc. Os Beach Boys, grupo de Brian Wilson que contava também com dois irmãos, um primo e um amigo, já era uma sensação no meio musical, atingindo o clima de verão californiano em cheio. Os Beatles também vinham a todo vapor, e os anos 60 foram palco de intensa criaçao musical do mais alto nível. Para deixar mais claro: entre 63 e 66, os Beatles tiveram 20 músicas entre as top 10 dos EUA, enquanto os Beach Boys tiveram 13. Vocês têm noção do que é ter, na mesma semana!, Help me Rhonda e Ticket to ride nas paradas??? Ou Yellow Submarine e Wouldn´t be nice?? Sinceramente, eu não tenho, é demais pra mim....só vivendo pra saber.

Atormentado por Rubber Soul, e já insatisfeito com os álbuns que havia feito, Brian Wilson apresenta ao mundo, com 23 anos, o disco Pet Sounds, uma autobiografia emocional, que já deixava claro o tamanho dos seus problemas. Refundou a arte de gravar CDs, incluiu faixas intrumentais, trouxe parceiros para refinar letras. Paul McCartney diz que chora quando escuta God only knows, e que deu Pet Sounds de presente aos filhos, pois era música obrigatória para a vida. A Inglaterra literalmente se dobrava ao fenomeno Wilson.

Os Beatles lançam Sgt. Pepper´s, realizando com Pet Sounds o que muitos consideram como a dupla dos melhores álbuns da história. Wilson enlouquece, e quer subir a dificuldade musical aos seus colegas de banda, que já neste momento não conseguem mais entender a capacidade do gênio. Brian entra em uma espiral de depressão: angústias, pressão da gravadora, desentendimentos com a banda, histórico familiar com seu pai o atormentando, etc. Decide gravar Smile, seu disco definitivo. Apenas a faixa Good Vibrations é lançada: espetacular. Todos aguardam o CD, especialmente os Beatles, que o acompanhavam de perto. George Martin diz: "we waited in vain". O álbum vai para a prateleira. Wilson já não pode mais. A banda já não pode mais. Chegaram ao ponto de usar capacetes de bombeiro no estúdio porque Brian sentia que uma das faixas era tão perigosa (Mrs. O´Leary´s Cow) que acabariam em chamas. Ele tinha cortado as drogas e o álcool do grupo, colocado areia na sala pra poderem compor na "praia", e obrigava todos a comer legumes pra ficarem saudáveis (Vegetables). Ou seja, Brian estava doido de tanto tempo ficando doido.

37 anos se passam. Emocionalmente estável devido ao casamento, Brian chama seu colega de letras, Van Dyke Parks (os outros Beach Boys eram apenas executores das músicas, com exceções pontuais), e canta as partes novamente a ele. Em 99, Brian e sua nova banda abrem uma série de performances ao vivo para o Pet Sounds, podendo realizar o sonho de mostrar ao mundo o que era aquele disco, com orquestra e tudo. Voltou a ter contato com Clapton, McCartney, Elton John, Paul Simon, Billy Joel. Enfim, estava tão poderoso que tinha se reconectado à música. Ou a música a ele? O sonho de Smile permanecia firme, e Brian seguiu em frente.

Em fevereiro de 2004, o disco foi lançado com uma apresentação ao vivo em Londres. A rock royalty estava lá, boquiaberta com o que via. Brian considera esse álbum "uma sinfonia adolescente a Deus". E não parou até agora. That lucky old sun, disco mais recente,
saiu no ano passado, e é muito bom. Depois de décadas sem se pronunciar, o homem parece que abriu novamente a criatividade e segue destruindo em shows mundo afora.

Eu o vi em São Paulo no TIM Festival, já faz anos. Consegui comprar a última mesa, e foi um dos melhores shows que eu vi na vida. Muitos o consideram o Mozart do Rock, um Gershwin dessa geração. E eu estou de acordo. Algumas bandas somem de uma música pra outra. Os gênios são eternos. Ouço Pet Sounds hoje com a mesma empolgação de outras pessoas já há mais de quarenta anos. A mente perturbada do genio Wilson é como um dos nomes das faixas do Pet Sounds: I just wasn´t made for these days. Eu concordo..alguém que fez dois meses de aula, é surdo de um ouvido, e consegue criar o que este senhor criou, não pertence nem a este planeta.

Extras:
1. Brian and Eric Clapton, cantando Warmth of the Sun
2. Entrevista com gênio...aula gratuita de música: Parte 1 e Parte 2

segunda-feira, 20 de julho de 2009

In your face: Black Stone Cherry

Salve salve! Fiquei matutando se seria demais colocar outra sugestão de banda, mas é impossível deixar de mencionar o Black Stone Cherry, já que o grupo não sai do meu iPod. É uma banda de Kentucky, e isso me faz acreditar cada vez mais no poder do hard rock sulista dos EUA. Ok, há uma fórmula que se repete, mas algumas bandas se sobresaem e criam um som particular. Estamos diante de uma delas.

Eles são muito jovens - não muito mais que 20 anos - bastante virtuosos, mas com uma porrada na medida certa. Destaque pro tom de voz do "menino" frontman. Respeitam o clássico: o primeiro CD traz uma versão de Shapes of Things, do Yardbirds, que eu recomendo procurarem, pois é do caralho. Em 2008, lançaram o segundo disco, Folklore and Superstition. Abaixo vai um video de Blind Man, que abre o segundo álbum dos caras. Boa semana!

sábado, 18 de julho de 2009

In Your Face: The Marshall Tucker Band

Descobri essa banda há pouco tempo, dica de um primo meu. Essa foi uma das bandas que ajudou a estabelecer o Southern Rock como gênero no começo dos anos 70. Mistura um ar rock n' roll com uma pitada de country. Abaixo coloco a música Can't You See, na minha opinião, um som simplesmente indecente! Divirtam-se!



LLRn'R!!!!

Diogo
IN YOUR FACE: BREAK UP THE CONCRETE, THE PRETENDERS

Acordei hoje e botei pra tocar este último do Pretenders, que não gravava desde 2002. Não era minha intenção escrever sobre eles, mas fui surpreendido. 
Nesse Break Up.. voltaram com um rock simples, honesto e carregado de referências blueseiras e Dylanescas (o que não pode ser ruim).  
O maior exemplo é esse: 




E a Chrissie Hynde, com seus 58 anos, mostra que ainda é uma das maiores cantoras de rock em atividade. O disco é ótimo e tem um pouco de tudo que a banda sempre mostrou no passado, principalmente o sentimento, coisa rara hoje em dia nesse mundo de bandas criadas por computador. 



Have a good r'n'r day!


terça-feira, 14 de julho de 2009

NMA! Na sua cara!

Inauguro hoje a seção "in your face!". Não, não traduzo expressões e xingamentos. Eles são bonitos na língua mãe.

De aqui em diante, in your face quer dizer algo que não é somente uma música, mas uma música fodística que tem o poder de injetar o bom e velho rock direto nas veias. Apenas para esclarecer, um exemplo: Fireball, do Purple, é uma música muito boa. Smoke on the water é uma canção que entra no quesito in your face, entenderam? Músicas da seção in your face transmitem uma vontade fora do normal de destruir uma guitarra no chão, ou de pilotar um carro a 200km/h, ou de beber uma garrafa de Jack Daniel´s inteira. Outro exemplo: "You need cooling, baby, I´m not fooling! I´m gonna send you back to schooling!". Conceito entendido, não??

Bom, minha primeira dica a vocês: North Mississipi Allstars. Isso mesmo, um 2 em 1 e já sugiro uma banda que vale a pena. O NMA tem um pouco de Led, um pouco de AC/DC, um pouco de Hendrix e muito de blues, o que resulta em uma mistura poderosa do time seleto de bandas novas que mantêm o gosto pelo rock valvulado, sem bichices.

Estamos falando dos irmãos Dickinson, baterista e guitarrista. É um power trio complementado pelo enorme Chris Chew. O baterista, também guitarrista dos bons, virou batera pra poder acompanhar o irmão e montar uma banda. O guitarrista, Luther, entrou para o Black Crowes e gravou o Warpaint com eles. Cody, o irmão que ficou sozinho, fundou a Hill Country Revue. Pelo que sei, o NMA voltou a se apresentar...os céus devem ter ouvidos!

Achei até uma crítica de um blog feminista pela letra de uma canção deles que se chama Shake. Obviamente, não publico o link, pois é lixo! O verso "At the pearly gates / begging for to pass / girl you better shake it / like it's gonna save your ass!" é a pedra fundamental do rock clássico. O Keith Richards a ouviria com um cigarro na boca, um uísque na mão, e um sorriso no rosto...if you know what I mean..

Porra, Bruno, não to com saco pra baixar música! Ok...eu publico o link de outra música in your face do NMA...Keep the devil down. Clique aqui.

Heavy Metal Não É Só Barulho!!!

Ontem, 13 de julho, dia mundial do Rock, estava em Madrid e fui assistir o Metallica na tour do Death Magnetic. 
Foi minha segunda vez. A primeira foi em 1999, em POA.

Claro que simplesmente por ser Metallica e por estar na mesma cidade que eles a presença no show é obrigatória. Mas além disso estava curioso por outros motivos: o palco no meio do estádio funciona como no DVD? os caras ainda tem aquela postura arrogante que eu vi 10 anos atrás? a banda ainda é uma das grandes?


Respondi a todas as perguntas com um grande SIM!


15 mil pessoas (lotado) assistem e participam de todo o show. São 10 microfones onde James, Kirk e Robert se revezam enquanto se distribuem por todo o palco. Pobre do cara da luz que precisa caçar os caras a noite inteira. A bateria do Lars também gira, e há muitos efeitos de luz e fogo. Fora os 4 caixões suspensos sobre as laterais. O som é perfeito e as músicas viram um massacre. É muito legal. E parece que a banda vai lançar um DVD novo este ano. 

Sim, os caras são arrogantes. Porque sabem que são muito bons. O profissionalismo é gritante. A banda musicalmente é impecável. Parece que tudo foi pensado nos mínimos detalhes. Não tem muito espaço pra improviso. Metallica é uma marca, eles têm um produto pra vender e fazem tudo direitinho pra isso. O recado é dado e muito bem dado. Uma porrada atrás da outra. 

Claro que a banda ainda é uma das grandes. Saindo do show ontem estava pensando...são mais de 12 albuns, ao vivo, tocando covers, junto com orquestra, mudando de estilo a cada disco inédito, e sempre com um caminho muito bem planejado.
Nestes mais de 25 anos de estrada lotando estádios nunca saíram do mainstream. Perderam fâs do trash metal no "Black Album" mas ganharam aí os do hard rock. Mais tarde no St. Anger alguns desses voltaram.
Trocaram duas vezes de baixista e sempre adaptaram a banda muito rapidamente. 

Ontem eu vi muitas mulheres no show. E não eram só as metaleiras. E tinha criança também. 
Enfim, como o próprio James Hetfield comenta com sua voz de trovão durante o show: "Vocês fazem parte da família Metallica!". 
A banda é popular sim e não tem nenhum problema nisso. Na verdade eu acho que o Metallica é uma empresa com 4 gerentes muito bons. Até dvd com eles brigando vende.
Alguém já viu o "Some Kind of Monster"?

Ontem fui a um show de heavy metal que não é só barulho. O Metallica é a prova viva disso.



segunda-feira, 13 de julho de 2009

Rock & Roll

Na última semana estive pensando bastante em como me apresentar ao Rock n' Debate. Devo ser o mais novo aqui e sem receios assumo que minhas histórias são bastante mais recentes que a dos outros...

Filho do meio de pai roqueiro, irmão mais novo de destro guitarrista, sempre estive na onda dos mais experientes. No entanto, sei que isso não basta. Sempre acreditei que a boa música não vem pronta ao mundo porque o mundo nunca estará realmente preparado para escutá-la. Imaginem-se agora em 1967, podendo viver a premiere de Syd Barrett e seu mais famoso Overdrive. Imaginou? Nem eu. Independente da quantidade de influências que você tenha tido, levam anos para aprender que não se escuta Eclipse sem Speak to Me, ou que não se escuta Hard Rock Cafe e Morrison Hotel sem abrir uma cerveja. Tenho orgulho em dizer que já roubei cada um dos CDs de rock do meu irmão e já sumi com toda a discografia dos Beatles do meu pai (ele inclusive desistiu de recuperá-la, decidiu deixar comigo a caixinha de veludo marrom com todos os K7s menos Hey Jude, que foi lançado apenas em vinil e ele não pôde comprar).

Comecei como um metaleiro de calça de moleton cinza e camiseta preta com escritos em vermelho, não deve ter sido fácil para minha mãe. Já fã incondicional dos fab-four, aos 13 anos ganhei Fear Of The Dark e foi o máximo porque eu sabia que aquele meu irmão não tinha. Um ano mais tarde comprei meu primeiro CD na Dani Discos, uma lojinha 'de esquina' do bairro onde eu morava. O Dani era um metaleiro peludo que vendia discos bregas pra se sustentar, mas ficou feliz ao saber que aquele moleque queria Iron Maiden - Live at Donnington. Ele não tinha o disco na loja e me disse 'vou buscar na Galeria do Rock para você, passe daqui a dois dias'. E pontualmente passei e peguei meu primeiro CD comprado. Aproveitei para pedir informações sobre a tal Galeria do Rock, como soava bem esse nome. Na semana seguinte marquei com uns amigos e também fiz minha primeira visita...

Não muito tempo depois, me lembro quando meu pai viajou a trabalho para os EUA e lhe encomendei o VHS do Kiss - Animalize, empolgado com o som do Alive III e Killers. Ele me trouxe o show em versão uncensored!, me dizendo que o vendedor havia pego a fita em uma sessão 'especial' da loja! Não nego o constrangimento, não deve ter sido fácil para o meu pai! Semanas depois eu levava aquela fita para o colégio e a carregava como se fosse um troféu até o dia em que descobri que ela realmente era um. Minha primeira paquera, com quem eu nunca tinha trocado mais do que uma sílaba por palavra (oi e tchau), me abordou e disse 'show do KISS?! Me empresta?!'. Houve aquele momento de exitação, eu em estado de choque. Ela se surpreendeu com o gosto musical, mas poderia muito bem se decepcionar com o conteúdo 'extra' da fita! Emprestei o show e disse 'aproveite!', eu não tinha nada a perder e se ela não gostasse o problema era dela! Mas ela gostou, sim, e reservo os demais detalhes! Hehe.

Durante o colegial veio a descoberta do Led Zeppelin e o som que me fez querer aprender a tocar bateria. Eu estudava na Av. Paulista e às segundas-feiras tinha aulas durante todo o dia. Depois do almoço sempre passávamos pelo Conjunto Nacional onde também havia uma lojinha de discos. Percorrendo os pequenos corredores da loja reconheci um album cuja capa era familiar: uma parede toda deteriorada onde estava pregado um quadro de moldura preta com a imagem de um senhor apoiado em sua bengala carregando um apanhado de galhos secos nas costas. Meu irmão tinha aquele CD, era o IV daquela banda e eu já o havia escutado. O nome da segunda faixa, Rock & Roll, me chamou a atenção e a única coisa que passou pela minha cabeça foi 'quanta prepotência!'. Pedi ao vendedor para escutar o CD ainda duvidando que seria realmente possível resumir tudo em uma única música e ainda dar-lhe o nome mais óbvio da história do Rock. Play. A introdução com a bateria em solo era massiva, mas perfeitamente simples. Segundos depois a guitarra não entra, ela monta em cima da música. It's been a long time since I rock and rolled, dizia o estridente primeiro verso enquanto eu encarava arrepiado o velho na capa do disco. Ao final da música me lembro de abrir o encarte em busca de um nome, 'John Bonham - Drums'.

No começo desse ano tive o prazer de viver mais uma vez um momento como esse. Até com certa vergonha admito que me custaram 26 anos para aprender a escutar Jimi Hendrix, mas aprendi. Eu já o conhecia há séculos, mas sempre gostava mais dos covers de Stevie Ray Vaughan, Eric Clapton, e nunca das originais. Certa manhã a caminho do trabalho liguei o rádio do carro, o volume estava baixo e à medida que ganhava minha atenção eu aumentava um pouco. Já estava alto demais quando o vocal finaliza o solo e diz 'Move over, rover and let Jimi take over!'. O prazer é todo meu! Como um pirata que acaba de encontrar o 'X' no mapa baixei toda a discografia do cara, gravei em CDs o Are You Experienced? e Axis: Bold as Love. No dia seguinte, uma sexta-feira à noite, com um copo de whisky na mão me sentei de frente ao stereo e comecei a escutar os discos. A 'experiência-hendrix' durou duas horas e descobri que não eram discos nem músicas, mas estupros musicais. Esgotado, por telefone comuniquei ao meu irmão. Eu estava abençoado.

Bom, espero ter ainda a oportunidade de compartilhar mais histórias e de viver muitas outras com esse blog! Parabéns a todos pela iniciativa! For those about to rock, we salute you!

domingo, 12 de julho de 2009

Bilbao BBK Live 09

Bilbao, 10 de julho de 2009. Torcida para o dia acabar logo! Eu e o Marcelo saímos do trabalho voando para o maior festival de música que há na cidade, o BBK Live. Cada vez mais famoso, o festival já teve apresentações do Police, REM, Guns, Metallica, Red Hot Chili Peppers, entre outros.

3 dias de concertos. Como o tempo e a grana não chegam pra poder ver tudo ao vivo, decidimos ir na sexta feira. Organização perfeita: como é bom ir a um festival onde você leva cerca de 30 minutos para estar na porta, com direito a transporte gratuito organizado pela prefeitura! No final, é um esforço que gera mais vontade em todos de pagar e estar presente nos eventos culturais.

Ingresso comprado na hora, uma cerveja para comemorar. 6 horas de música, sem parar. Tocar ao vivo é como um jogo de Libertadores: não interessa quem você é, sempre pode se dar mal. Saber tocar num festival é coisa para poucas bandas.

Primeira parada: Babyshambles. Projeto do Pete Doherty, ex Libertines. Trio no palco, indie rock. Ou alguma coisa parecida. Lição número um: se você não tem potência para tocar em trio diante de milhares de pessoas, não o faça. O show ia passando, e eu me perguntava se eles não percebiam que volume alto não é garantia de show cheio. Resultado: o show acabou, e ninguém vai lembrar deles.

Corremos para o outro palco, pegamos um ótimo lugar para ver o Dave Matthews. Não escondo que sou fã, mas foi minha primeira experiência ao vivo com a banda. E não há nenhum comentário abaixo de excepcional. Lição número dois: clichê como só ela..quem sabe, faz ao vivo. Ou melhor, detona ao vivo. Foi uma aula de música...pessoal alucinado, músicos extremamente conscientes das suas funções, tocando com virtuosismo e alma misturados. Como é bom ver show deste nível! Rapidamente, me lembrei de um colega que sempre defende a música eletrônica. Nada contra aparatos modernos e DJs que mandam bem, mas ver o Carter Beauford solando na bateria é algo que nunca se conseguirá com botões e loops.

A terceira parada foi Chris Cornell. Show OK, um tanto melancólico. Todos os momentos altos vieram de canções do Soundgarden e do Audioslave. Pergunta aos leitores: até que ponto um artista do porte de Cornell deve se associar ao Timbaland para gravar um novo disco? Sei que é palatável, mas em termos roqueiros, é lixo. Não é ortodoxia, é a pura verdade. As músicas não tinham fôlego, tudo parecia um anúncio do game Guitar Hero, aquelas propagandas com poses, efeitos e gente tentando se passar por rock stars. Lição 3: se você faz pose e as suas músicas são meia boca, fãs antigos aproveitam o seu show para ir mijar e tomar outra cerveja. Foi o que eu fiz.

Semifinal: Kaiserchiefs. Show bom, mas ainda faltam hits de peso pra tomar de assalto um público desse tamanho. A definição que o Marcelo usou me parece perfeita: "a banda é esforçada". Sem dúvida, os caras têm um caminho bom pela frente, e valem a nossa atenção.

Finale: Jane´s Addiction. O modelito do vocalista já dava o tom glam da coisa: macacão vermelho colado no corpo, casaco preto e lenço no pescoço. Farrell, para os mais desavisados, tem tudo para ser um cara ridículo. O que nos traz à última lição: bandas boas de rock podem fazer o que quiser no palco, porque sabem que são boas. O show incendiou o público, e o volume estava no limite. Navarro simplesmente destruindo a guitarra, e Farrell chamando para ele toda a responsabilidade de poses, caras, e acessos de loucura possíveis. Extra: ele mandou uma garrafa inteira de vinho durante a apresentação. Ótimo show! Última lição: um bom frontman faz toda a diferença. O coquetel do Jane´s foi isso: esquizofrenia, alucinação e letras pesadas, tudo bem alto e bem performado.

Bilbao não é Londres nem Madrid, mas estão o festival está cada vez melhor, a caminho do mainstream.

sábado, 11 de julho de 2009

O Rei do Pop, também é Deus do Rock!

Vim para São Paulo em reuniões de trabalho e resolvi passar o final de semana por esta cidade que tanto gosto. Pena que só chove e não dá nem para sair na rua. O que fazer em um dia assim? Rock n' Roll!
Resolvi dedicar esse dia monótono ao falecido Michael Jackson. Todos o chamam de o "Rei do Pop". Talvez até seja, mas, verão em meus posts que costumo chamar os grandes músicos, performers e compositores de "Deuses do Rock" e MJ também é um deles! Vamos esquecer as denuncias de pedofilia e a sua loucura em geral e focar somente no seu trabalho como artista.

Desde pequeno, no Jackson Five, já mostrava seu brilhantismo cantando como gente grande e inventando passos de dança que colocariam Elvis Presley "no chinelo"! Os primeiros discos dos J5 são muito ricos musicalmente, com o baixo extremamente bem tocado por Jermaine e a guitarra funkeada de Tito, e vocalmente pelo garoto de 10 anos de idade, Michael Jackson. Prestem atençao nas linhas de guitarra e baixo de I Want You Back, ABC, e The Love You Save e nos vocais perfeitos de MJ lembrando os bons tempos de James Brown e Little Richards. Reparem no garoto dançando no velho estilo Jackie Wilson, não deve ser fácil dançar e cantar daquele jeito ao mesmo tempo. Até as músicas lentas como Never Can Say Goodbye e a "mela-cueca" I'll Be There, acabam sendo boas na voz do moleque de Gary, Indiana, EUA.
Coloco aqui alguns links de músicas do J5:

http://www.youtube.com/watch?v=Vt9TUy0_GiM&feature=related - I Want you Back

http://www.youtube.com/watch?v=MYx3BR2aJA4&feature=related - ABC

http://www.youtube.com/watch?v=1yY8mVIdKMs - The Love You Save
http://www.youtube.com/watch?v=5UAWoAXAgZQ&feature=PlayList&p=EB2016A7CDB8C62F&index=9 - The Love You Save ao vivo para que vejam MJ em ação.

Vou deixar o Renan postar sobre a carreira solo de Michael. Vou parar de escrever por aqui, na fase em que ele tocava com seus irmãos, fase essa que aprecio muito!

Vamos lá! Debatam!

Long Live rock n' Roll e obrigado MJ por toda sua contribuição que o elevaram ao Olimpo do Rock!

Diogo

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Heart of Gold

Fones nos ouvidos, laptop na mão. O riff de Cinnamon Girl, do Neil Young, soa alto, simples e claro. Assim é o bom e velho rock n roll. Bem vindos ao circo de viagens, riffs, alucinações, solos e concertos memoráveis. Bem vindos aos melhores momentos das nossas vidas. O espírito será este: pessoas diferentes reunidas por um gosto comum. A música. Melhor: o rock.

Porra, mais um blog sobre música? Pode ser, não temos como prometer nem propagandear (essa palavra existe?), porque não é o espírito desse grupo. Aos poucos, espero que todos se acostumem a dividir opiniões, debater discos, e ouvir histórias bizarras desses personagens que resolveram contar ao mundo suas idéias musicais.

Fiz-me roqueiro desde criança. Influência direta do velho, que tinha uma banda de rock em Lucélia, interior de São Paulo, e é um viciado em Beatles. Não em Rolling Stones, só em Beatles (fica pra outra hora, não compartilho dessa ortodoxia..rs). Enfim, as fitas cassetes e vinis davam sopa em casa: Beatles, James Taylor, Crosby Stills & Nash, America, etc. Influência familiar esta que faz com que meu pai detecte o riff de Hells Bells, do AC/DC, até hoje. Com a mesma emoção. Muito foda.

Sou um viciado em compilações desde os oito anos, quando ficava ao pé do mini system no quarto esperando músicas no rádio pra poder fazer uma edição ali, na hora, sem espaço pra errar...junções que tinham que ser o mais perfeitas possível..narração do cara da rádio, então, nem pensar! Minha primeira fita cassete: Jive Bunny & The Masters Mixers. Não tem motivo, eu gostava de rock dos anos 50 e 60, e a mixagem me parecia animada e bem feita.

Primeiro CD: Dookie, Green Day. 14 reais! Sim, reais, demorei pra comprar um CD...sinceramente, eu era um alheio à cena roqueira da época, me limitava ao alçapão dos anos 60, onde vivia tranquilamente e com muita satisfação. Mas, cedo ou tarde, o leque musical se abre e precisamos meter a mão no bolso pra escrever a nossa própria história. No meu caso, o segundo CD também é importante: Pulse, do Pink Floyd, comprado no Rio de Janeiro (sou de SP, antes que perguntem), numa loja minúscula no Barra Shopping. O lance da pilha que deixa a luz piscando me fascina até hoje. Comprar um CD sozinho era a minha emancipação musical, era poder dizer aos outros o que havia de novo que eles não conheciam.

Cresci num mix de alienação e alegria com a música, pois, sem o advento do mundo virtual, conhecia poucas pessoas que se interessavam pelo gênero. Pausa: quando falo em interesse, não estou aqui no papinho de ecléticos (outra discussão). Estou falando de gente com tempo e dinheiro pra gastar em música. Fast forward: aos 18 anos, pegava escondido o violão do meu pai - o DiGiorgio tinha o dobro da minha idade - e fingia que tocava. Após tirar o vestibular do caminho e me alistar na faculdade, iniciei meus anos de aula de guitarra, tive duas bandas, e conheci muitos loucos por rock n roll.

Alguns deles escrevem nesse blog. Outros virão opinar. E outros muitos loucos, esperamos, virão se apresentar e aumentar essa horda roqueira. Continuo a comprar CDs, a comprar Vinis, a baixar música, a fazer compilações e a tocar guitarra e violão.

Qual é a história que traz você, leitor, a esse mundo? Faça um esforço, você vai ganhar seu dia lembrando disso.

O CD do Neil Young segue rodando, a faixa agora é a Heart of Gold: "I want to live, I want to give, I´ve been a miner for a heart of gold." Todos envelhecemos, mas o espírito do velho rock segue até os últimos dias.

Vida longa ao Rock n´Debate.

domingo, 5 de julho de 2009

LONG LIVE ROCK N' ROLL!

Seguindo a linha do Marcelo, me apresento, saudando todos os amantes do bom e velho rock n'roll! O que seria da minha vida sem o rock n' roll? Nada! Eu simplesmente não existiria! Apesar de trabalhar no mercado financeiro, não vivo sem a música! O que seria do meu mundo sem Led Zeppelin, Hendrix, Clapton, Morrison, Blackmore, os irmãos Young, Stones, Beatles, Pink Floyd, minha mulher Carolina e a minha cachorra Guadalupe? Que mundo sem sentido!
A nossa idéia, ao criar esse blog rockeiro, era de dividir o nosso conhecimento e paixão por essa arte performada por Deuses do Olimpo Rockístico (essa palavra não existe mas será muito utilizada em minhas postagens!) com outros seguidores da mesma paixão!

Bom, comecei a me interessar por música aos 10 anos quando morava nos Estados Unidos. Meu irmão tocava guitarra e escutava bandas clássicas dos anos 70 e acabei pegando o gosto por seus discos. Meu primeiro cd foi um Greatest Hits do Beach Boys. Ouvia direto principalmente as músicas, I Get Around, California Girls, Wouldn't It Be Nice e, a maravilhosa, God Only Knows. Em 1987, uma banda estourou nos EUA e fiquei enlouquecido: era Guns N' Roses com Apettite for Destruction! Que disco (bom, debateremos sobre esse disco em um outro momento...)! Aquelo álbum me chamou a atençao e resolvi comprar um instrumento. Como meu irmão tocava guitarra, ganhei do meu pai um baixo Jackson vermelho (posteriormente troquei por um violão e uma guitarra, pois não dava para tocar baixo para as meninas e me sentia em desvantagem... hehe). Que felicidade! Comecei a entrar de cabeça no mundo do rock! Surge a minha primeira paixão: The Doors! Meu primeiro disco foi The Doors - Live at the Hollywood Bowl! Daí por diante comprei toda a discografia! Outra bandaça que teremos de discutir em futuras postagens!


É melhor eu parar por aqui! Isso era para ser apenas uma apresentação e já estou quase debatendo sobre bandas. Deixemos isso para outro dia!

Sejam bem-vindos!

LONG LIVE ROCK N' ROLL!!!

Diogo

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Finalmente! Nasceu o blog!! 
Inauguro as postagens no que promete tornar-se uma referência no mundo do Rock. Pelo menos pra nós quatro...

E a melhor maneira de iniciar, creio, é nos apresentando musicalmente. 

Comecei a me interessar por música, bandas, estilos, variações, etc. no início do segundo grau. Nessa época as tribos na sala de aula eram bem definidas: você era surfista/skatista, sentava no fundão ou era ninguém. Como minha preferência era pelo futebol e queria ser alguém, fui pro fundão.

Minha turminha era formada, entre outros, por um baterista de heavy metal, um aprendiz de tatuador, um dj, um surfista e um grande pesquisador de hard rock. 

Eu quase nem ouvia rádio, portanto a influência desses caras no meu gosto musical era total. As regras eram simples: Slayer, Metallica, Megadeth, Motorhead, Black Sabbath e AC/DC eram bons. Van Halen, Pink Floyd, Led Zeppelin eram respeitados mas nem sempre compreendidos. O resto era uma bosta. 
Era um verdadeiro aprendizado, mas foi através do mercado negro de fitas k7 que rolava entre os menos fanáticos que escutei o primeiro disco que me fez balançar. Appetite for Destruction rolava sem parar no meu walkman. Em casa, porque se me pegassem escutando seria uma vergonha.

Meu primeiro k7: Prove You Wrong, Prong
Meu primeiro vinil: On Every Street, Dire Straits 
Meu primeiro cd: Black Album, Metallica
Meu último download: Wild Frontier, Gary Moore

Vamos em frente! 
Saludos!