terça-feira, 29 de setembro de 2009

The Black Crowes


Hoje o post é dedicado aos Black Crowes, banda da qual sou fã absoluto. Não é apenas pelo fato de ser fã, mas é um reconhecimento ao trabalho inteiro dos caras, e uma maneira de falar do novo CD, Before the Frost.

Temos falado tanto em bandas que são maduras, que resistem ao tempo. Pois nada mais justo do que incluir o Crowes no panteão definitivo do rock, pois lá se vão 20 anos de puro rock n roll. E é uma entrada sem contestações. A banda tem 4 momentos principais que explicam a trajetória: início, meio, retorno e reinvenção.

Apesar das mudanças, há que se deixar claro que os pilares da banda são os irmãos Chris e Rich Robinson. A primeira etapa é o pico, a chegada do Black Crowes. O primeiro disco é o um sucesso: Shake Your Money Maker. O segundo mantém a saga: The Southern Harmony and Musical Companion. Aos que não conseguem ver o potencial da banda, não é qualquer um que, com dois álbuns, já carrega músicas como Twice As Hard, She Talks to Angels, Jealous Again, Thorn in My Pride, Sometimes Salvation e Remedy. Não bastassem essas, eles detonam o mercado com Amorica, terceira pérola da banda. Com uma capa fenomenal, banida em algumas lojas, o disco, apesar de não ter um hit single principal, traz músicas excelente como Gone e A Conspiracy.

A banda ingressa, então, no seu segundo período. Three snakes and One Charm saiu pras lojas, e logo By Your Side. Esses dois discos atingiam já a MTV, e trilhavam numa onda bastante soul, e em um rock mais mainstream. Isso, obviamente, não quer dizer falta de qualidade: que o digam Kicking my Heart Around, Go Faster, Only a Fool. Ainda nesse período, gravam um disco duplo com Jimmy Page, parte com Crowes, parte com Zeppelin. Finalmente, lançam Lions, com a faixa Soul Singing atingindo as paradas da Billboard lá em cima nos top 20.

Devido a planos, e a problemas de relacionamento principalmente vindos do vocalista Chris Robinson, a banda se separa em 2002: "we´re taking a hiatus". Eu me lembro de pensar que isso era realmente triste, pois era um disco melhor que o outro, todos com suas influências, mas sempre mantendo a pegada refinada e forte. Pra mim, era uma banda "tábua da salvação dos anos 70". Em 2004, chegamos a ver um gostinho de volta aos palcos, quando tocaram Sometimes Salvation com o Gov´t Mule. Pra quem já é fã de Gov´t Mule, não preciso perder uma vírgula explicando o que foi a música ao vivo. Pra quem não conhece Gov´t Mule, ainda há a luz no fim do túnel. Chama-se You Tube. Ou baixar tipo...todos os discos.

E quando tudo parecia acabado, sem muita esperança, o Crowes se reforma e retoma a vida. A principal vinda foi o guitarrista Luther Dickinson, que eu já havia comentado aqui no post do North Mississipi Allstars. Hora da turminha do contra dizer que não vai acontecer nada, que é revival, caça níquel. Nada que Warpaint, o aclamado álbum do ano passado, não pudesse calar. Mas calar com louvor. A crítica se curvou, e o álbum bateu o quinto lugar no chart da Billboard. Goodbye Daughters of the Revolution é espetacular.

A galera do amendoim volta (esse povo nunca aprende, porra!), e acha que foi só acaso. Pois o óbvio volta a ser provado. Before the Frost acaba de sair, e gravado ao vivo no Levon Helm Studios, em Woodstock, NY. Gosto de ressaltar o ao vivo por duas coisas que me interessam em boa música: eles são foda ao vivo, e são foda ao vivo. Banda de cara bom é assim, grava em um take, e material bom! Novamente, me delicio com o silêncio dos que torcem o nariz para esse grupo indiscutível de rnr.

A caixa de pandora foi reaberta, e não há lugar para músicas requentadas nem idéias ultrapassadas. Vida longa ao bom rock. Os corvos negros seguem na destruição roqueira. Faixa presente do novo disco: Good Morning Captain. Claro, ao vivo...

Um comentário:

Diogo disse...

Crowes é uma das melhores bandas da atualidade. Os irmãos Robinson são foda! Southern Harmony é um dos melhores discos, senão o melhor, da década de 90! Soco no Estômago! Grande post Brunão!