quinta-feira, 27 de agosto de 2009

In Your Face! Mr. Davy Knowles

Hoje, o post é especial. Dia desses, peregrinava pela net em busca de música fresca. Tenho manias incuráveis, essa é uma delas. Sabem por que? Porque o esforço recompensa. Eu gosto da internet porque ela é democrática, no sentido da liberdade que proporciona a quem mergulha pra ver o que está lá: tem todo o lixo, mas tem tudo de melhor também.

Davy Knowles é o nome desse moleque. Gravem aí, o cara vai ficar famoso. Ou o seu dinheiro de volta! Hoje ele tem 21 anos, mas já sabia, aos 11, que blues seria a sua vida. Nascido na Ilha de Man, mar irlandês, o menino escutava todos os discos do pai para sugar toda a energia guitarrística que emanava de Clapton, Rory Gallagher, John Mayall´s Bluesbreakers, entre outros. A banda atual dele se chama Back Door Slam, em homenagem a uma faixa de um dos discos do Robert Cray.

O leitor amigo me pergunta: "Bruno, comprove a sua tese!". Eu respondo: Davy já tocou e dividiu palco com nomes como Buddy Guy, Kid Rock & Lynyrd Skynyrd, The Who e Gov´t Mule. Suficiente? Não? Ok, seu próximo CD, já em produção, está sendo dirigido por Peter Frampton. O CD atual se chama Roll Away. E eu assino embaixo: é do cacete! Aula master de blues. Arrumem um jeito de ter esse disco!

Vou deixar um video apenas para vocês sentirem o drama do cara tocando e cantando. Reparem na banda também com um todo. É um trio de moleques que, se qualquer um aqui encontrasse na rua, acharia que eram 3 nerds que sentam na primeira fila da classe...

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Vikings...

Voltei, depois de duas semanas passeando pela gélida Escandinávia. O turismo foi ótimo e também serviu pra confirmar in loco o conceito de que os vikings são rock n' roll, e dos mais ferozes.
Passeando pelas capitais, e mesmo pelas cidades menores, é comum encontrar músicos de rua com repertórios respeitáveis.

Aqui um vídeo que eu fiz em Gotemburgo de um grupo de adolescentes passando o tempo numa tarde qualquer:


Esquecendo um pouco a qualidade, é genial ouvir Hotel California enquanto compramos um imã de geladeira ao invés da dupla indígena Coshise e Naische tocando os hits da Bolívia e Paraguai.

Outra coisa que me chamou a atenção foi a quantidade de gente (adolescentes, adultos, senhores) com camisetas de bandas de metal obscuras. Me senti na Osvaldo Aranha 10 anos atrás. Sabia que essas terras nórdicas eram berço da linha mais agressiva do metal. É da Noruega a banda de black metal Mayhem, precursora do movimento Inner Circle, que nos anos 80 queimava igrejas, e que teve dois integrantes mortos, por suicídio e assassinato. Gente finíssima.

Claro que a cultura lá também é muito influenciada pelos britânicos, e que o fato de serem bilíngues ajuda. Mas acho que o clima favorece. Rock vem do frio, da chuva, da neve. Vamos traçar uma linha pela América: o rock vai enfraquecendo ali pelo meio do México e só volta com força perto da Argentina. Taí, rock é uma questão climática.

E o próximo vídeo diz tudo. Olha só o Papai Noel dos caras:


Foi massa. Nos próximos posts volto falando mais das bandas de lá.
Abraço!!

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Vocal Groups (Parte II)

O que falar de Crosby, Stills, Nash & Young (CSNY)? Difícil, mas, em minha humilde opinião, foi simplesmente o melhor Vocal Group de todos os tempos!
Primeiro era Crosby, Still & Nash. Crosby era o mais conhecido e vinha do Byrds. Stills tinha saído do Buffalo Springfield e Nash estava no The Hollies. Em uma festa na casa de Mama Cass (The Mamas & The Papas), Crosby e Stills se juntam e começam a fazer música. Logo depois, Nash larga o Hollies e a banda CSN surge em 68. Em 69 entra Neil Young que já havia tocado com Stills no Buffalo Springfield e tinha recém formado uma banda chamada Crazy Horse. Ela entra no CSNY com a condição de poder trabalhar paralelamente com sua recém formada banda e de ter "full membership" nascendo assim o Crosby, Stills, Nash & Young. Após alguns ensaios, a CSNY começa uma turnê no verão de 69 em Chicago. Seu segundo show juntos foi, nada mais, nada menos, que no festival de Woodstock abrindo com a maravilhosa Suite: Judy Blue Eyes. Young não participou do set acústico e se recusou a ser filmado, mas estava lá. A harmonia e a química vocal existente entre esses caras é algo raríssimo de se encontrar. Quem escuta um disco do CSNY pode esperar uma viagem musical entre o Folk, Rock, Blues, Southern Rock e o Country. Abra uma garrafa de Jack Daniel’s, acenda um charuto e “sit back and relax”! Viva o Rock, viva o Jack Daniel’s e viva o CSNY!!!!!

Suite: Judy Blue Eyes



Down By the River

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

A shot of rhythm and blues!

Estive ontem na Via Funchal, em São Paulo, para assistir ao show de Chuck Berry, uma das lendas vivas do rock n' roll! Em apresentação curta e improvisada, Berry relembrou grandes clássicos como Sweet Little Sixteen, My Ding-a-Ling, Maybellene e a incendiária Johnny B. Goode! Provavelmente com um dos riffs de entrada mais famosos de toda a história do rock, Berry liderou um coro de 3 mil pessoas gritando 'go, johnny, go! go!'!

E no melhor estilo rock n' roll, Berry finalizou a apresentação com House Lights, convidando a mulherada para subir e dançar no palco!

Chuck Berry não faz a mínima questão de esconder seus 83 anos, mas toca guitarra de forma empolgada e cativante. Falou e brincou com o público, passeou por cada canto do palco e fez seu famoso duck walk no solo de Johnny B. Goode! Se o blues tem Robert Johnson e o jazz tem Sir Duke Ellington, o rock n' roll tem Chuck Berry! E o velho vai muito bem, obrigado!

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Momento Bosta: Prêmio Multishow 2009

Ok, eu sei que é chover no molhado, mas tenho que esvaziar um pouco da minha indignação. Este post é, em certo sentido, uma comprovação da nossa conversa sobre teorias roqueiras ao redor do globo.

Ontem, assisti a uma parte do prêmio Multishow 2009. Por que fiz isso? Não sei, alguma ponta de fé musical no Brasil. Algumas escolhas mantêm a integridade, como Marisa Monte e Seu Jorge. Outras, nem tanto: Ivete Sangalo cantando grávida, Caetano Veloso deixando a Mallu Magalhães emocionada, a Pitty tentando emplacar sucessos da Rita Lee, esta sim uma roqueira de verdade, junto com o Gilberto Gil. O Skank, que admiro, ganhou um troféu da Iniciativa. Confesso que só o nome já ativa minha ira politicamente incorreta. Não quero nem saber o que é.

Com o material acima, já me sentia num túnel do tempo requentado. Não tenho problema com os clássicos. Aliás, vivo deles. Só que uma coisa é um clássico, que não envelhece. Outra bem diferente é aquele pratão de arroz com feijão da semana passada que tentam te vender como fresquinho. Vamos ilustrar: DVD do Caetano Veloso com o Roberto Carlos cantando Tom Jobim..um dinossauro, um lixo mofado e sem graça. DVD do Eric Clapton com o Steve Winwood fazendo releituras de Ray Charles, Hendrix e músicas próprias: não preciso explicar mais. O último, genial, cheio de música e de vigor. O segundo, vergonhoso. Ou "gostosinho", "relaxante", como adoram dizer alguns. É lixo, completamente artificial.

Bom, vamos ao rock, que é o mais importante. E os campeões de 2009 sããããooo: Fresno, Melhor Grupo, e NX Zero, Melhor Álbum. E, ah!, a Revelação: Cine. É sério, eu fui olhar no You Tube. Não recomendo pra ninguém..não fiquei com vergonha, fiquei deprimido, com uma cara de puro momento broxa, momento bosta.

Prozac anyone? Eu tenho. Achei o comentário do João Gordo analisando o "hit". Faz você se sentir menos sozinho, e gargalhar....João Gordo tem que passar no horário nobre, meu irmão!

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Luto: Les Paul

Morre, aos 94 anos, Lester William Polfuss. Ou Les Paul, como o mundo o conhece. Não há muito o que dizer além de disso: a guitarra como a conhecemos é fruto do trabalho desse gênio. Ah, ele também inventou a gravação multitrack, que, para quem não conhece, é o método de poder agrupar váris faixas de gravação separadamente para uma música. Enfim, a música como a conhecemos não existiria tão cedo sem o senhor Lester.


quarta-feira, 12 de agosto de 2009

In your face: Stone Gods

Quem aqui lembra do The Darkness, aquela banda que surgiu com aquele ar glam no nível máximo, e cheio de hits da voz aguda de Justin Hawkins? Pois é, com o final da banda em 2005, rolou uma dança das cadeiras que deu origem ao Stone Gods. O irmão de Justin, Dan Hawkins, e o baixista Richie Edwards foram os que criaram esse projeto. Edwards largou o baixo, e o trocou por uma guita e o microfone principal.

E vocês se perguntam...o que mudou? Muita coisa. O ar glam saiu, e entrou um jeito sinistro de tocar...ares de Def Leppard, UFO, Led, Metallica....é o que me vem na cabeça. Tenho ouvido bastante o primeiro disco, e recomendo a todos que gostam do bom e velho rock n roll. Mas esta banda tem um plus, um algo a mais de maturidade, pois já nasceu pronta, com rodagem. E o melhor é que o CD está cheio de músicas que vão direto ao ponto. Nada muito refinado, mas que se dane...a sonoridade está ali pra quem gosta de bandas que vêm mostrar o que é saber fazer um solo de guitarra ao vivo. Fãs da nostalgia, bem vindos!

Coloquei duas músicas aqui. Uma é é Burn the Witch, que abre o disco. A outra é Don't drink the water...atenção para a parada esquisita latina no meio da música: é herança do Darkness, acho que uma provocação de Dan à Justin, o irmão egocêntrico. Ah! Querem saber se mandam bem ao vivo?? Campo sagrado do rock, Donington Park, Inglaterra. Assistam o video aqui e tirem suas próprias conclusões.



sábado, 8 de agosto de 2009

Vocal Groups (Parte I)

Vejam o momento decadente da música que vivemos hoje em dia:

Nos anos 60/70 tínhamos bandas que eram conhecidas como "Vocal Groups", dentre elas, destaco o Crosby, Stills Nash & Young e o The Mamas & The Papas.

Hoje, os "Vocal Groups" mudaram o nome para "Boy Bands" e tem entre seus representantes mais famosos os Backstreet Boys e o N' Sync. Notaram a "leve" diferença?

O The Mamas & The Papas, composto por Denny Doherty, John Phillips, Michelle Phillips e "Mama Cass" Elliot, foi formado em 1965 e durou até 1968. Fizeram uma breve reunion em 71 mas que terminou um ano depois. Tiveram clássicos como "California Dreamin", "Monday, Monday", "Creeque Alley", "Dancing in the Streets" entre outros. A potência vocal de Mama Cass, a beleza e douçura de Michelle Phillips, a irreverência de Denny Doherty e a habilidade em compor músicas de John Phillips se encaixavam perfeitamente nesse excelente grupo. Obrigado, Mamas & Papas... Pena que algumas bandas de hoje não os ouviram ou não aprenderam nada com vocês! Watch and learn, kids!

Creeque Alley



California Dreamin



Depois escrevo sobre o CSNY.

Let There Be Rock!
Outra voz, mesmo som....


O Alice in Chains voltou. Depois da morte de Layne Staley em 2002 (drogas, lógico...), a banda apresenta William DuVall (da banda Comes With the Fall) como seu vocalista. 

O novo álbum só sai em setembro desse ano, mas o primeiro single já foi liberado e os caras já começaram a tocar ao vivo.



Eu gostei. Acho que a banda mantém o nível dos discos anteriores e DuVall cumpre seu papel.  

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Os novos deuses da guitarra

Não precisa de muito blá blá blá. A revista Rolling Stone escolheu os guitarristas jovens mais influentes dessa era. John Frusciante: gosto dele, mas não me impressionei muito com o trabalho solo, pra ser bem sincero. Acho que é o 3o desse pódio, não esta na altura dos outros dois tios. John Mayer é um foda e tanto. Do ponto de vista de álbuns e carreira, pra mim é o primeiro. Começou no pop, mas logo pulou pro trio e está cada vez mais em forma, cada vez mais influente e respeitado. E tocando muito. Derek Trucks: sem comentários, está aqui o cara mais original tecnicamente desses tempos. Sobrinho de um dos integrantes do Allman, esse moleque, na minha humilde opinião, não tem nenhum concorrente quando estamos falando de um estilo mais calcado no blues. Nenhum (aceito desafios!). Como todos já conhecem o Mayer melhor, vou postar um video da Derek Trucks Band. Não se trata só de um estilo. Derek tem um timbre de SG monstruoso. Tem um sustain, que é a capacidade de "segurar notas", fora do comum. Habilidade aqui sobra. E criatividade então, está fora de qualquer disputa. Se não acreditam em mim, acreditem no Clapton, que o teve como um dos guitarristas junto à banda por um tempo. Estamos diante de um novo rei da guitarra. Para quem não tem, eu recomendo: Songlines e Already Free, os dois CDs da banda.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Minuto do Rock: Cuidado com seus ovuvidos!

Quinta-feira, 1 de junho de 1967: um dia para ser lembrado. Os Beatles lançavam na Inglaterra o Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, oitavo album da banda e considerado o mais influente da história do rock. No dia seguinte o disco é lançado nos EUA, onde acaba por somar 11 milhões de cópias vendidas. Nesse mesmo ano, alguns meses antes, Jimi Hendrix debutava com Are You Experieced?, e no momento em que os Beatles lançavam o Sgt. Pepper's ele já está em turnê pela costa leste dos EUA.

Sábado, 3 de junho de 1967: uma noite para ser ouvida. Jimi Hendrix, que havia fechado um acordo para tocar em cinco noites seguidas em uma casa de show de Washington DC, abre o show tocando a versão ultrasônica de Sgt. Pepper's - Reprise, apenas um dia depois de seu lançamento.

No final daquele mesmo ano começa a turnê de 'Axis: Bold As Love', e com George e Paul na platéia (é o que dizem...), Hendrix volta a prestar sua homenagem. Gostaria de saber para quem ele grita 'watch out for your ears! watch for your ears!'. Amém, Jimi!

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

É Bong!

Hoje, no meu primeiro dia oficial de férias, estava buscando alguma banda desconhecida pra conseguir ter aquele feeling de ouvir algo que me desse uma injeção de rock fresco. A propósito do post sobre as origens do rock no Brasil, tenho a certeza de que para achar algo nesses dias no país é preciso cavar fundo. Felizmente, dessa vez não precisei muito, pois a TV estava ligada num programa do Edgard, aquele antigo VJ da MTV. Primeiro que o programa é muito bom, pois traz bandas alternativas. Segundo, dá pra ver que ele se empolga pra cacete com a música, o que faz do programa algo agradável no monte de lixo da TV. Enfim, vi uma banda que se chama Macaco Bong. Um trio, de rock, progressivo, sem vocalista. Quão underground é isso no Brasil??? Achei que viria algo meia boca, mas a música foi visceral, um massacre pro meus ouvidos. Aliás, tocaram várias, um tsunami instrumental. Parabéns aos caras! Ainda tem resistência tentando tirar a terra tupiniquim da covardia musical! Abaixo o video de Fuck you Lady. RNR!

domingo, 2 de agosto de 2009

Vídeos....

Eu sou da geração MTV. Lembro do dia de estréia do canal brasileiro, com vídeo da Marina e com o Zeca Camargo, Cuca e Thunderbird apresentando.
Gosto de vídeoclips. Hoje acho que a MTV BR tá uma merda, mas a inglesa e o segundo canal da americana são bem roqueiras.

Bom, mas o assunto não é esse...eu sempre achei que o prêmio de melhor clip da história era do Thriller, do MJ. 
Até que eu vi esse...



Se alguém não notou, tem uma música no fundo. Chama Margot, da banda (dupla) espanhola Pereza. Os caras são meio pop, meio rock argentino, e essa é do álbum "Aproximaciones".
Fez muito sucesso por aqui. 
Ha sim, o disco também.
O que acharam?




Cry of Love: Nome cafona, mas, Rock n' Roll de respeito!

Essa semana estive em Cruz Alta, interior do RS, visitando minha família. Entre uma dose e outra de Jack Daniels, já que a temperatura estava próxima de 0, um primo meu me diz: "Diogo, vou colocar um disco para ti de uma bandaça chamada Cry of Love". Não me empolguei muito, pois com esse nome, achei que seria uma merda. Bom, quando começa a tocar a primeira faixa do disco Brother chamada Highway Jones eu senti uma coisa estranha no estômago... Uma sensação que só acontece quando se ouve rock n' roll de qualidade! Senti como se tivesse levado um soco na boca do estômago! Que sonzera! Que guitarra!
A Cry of Love foi formada no começo dos anos 90 na Carolina do Norte, EUA. Gravaram dois discos, Brother e Diamonds and Debris. O primeiro, é daqueles discos tipo o Burning Sky do Bad Co, discos do Hendrix, do Stevie Ray, ou os discos do Led... É bom de "ponta a ponta"! O segundo, ainda não ouvi, portanto, deixo para quem ouviu comentar. O guitarrista da Cry of Love, Audley Freed, já tocou com artistas do quilate de Jimmy Page, Peter Frampton, Black Crowes entre outros. O vocalista, Kelly Holland, me lembra muito o Chris Robinson do Crowes, ou seja, canta muito!
Enfim, se encontrarem esse disco pela frente, comprem! É imperdível! Abaixo seguem duas amostras dessa bandaça em ação:

Highway Jones



Pretty as you Please



Vida Longa ao Rock!