terça-feira, 27 de outubro de 2009

Da Série: Discos Bons do Começo ao Fim – Highway 61 Revisited


Gravado em apenas 6 dias em 1965, o disco recebeu esse nome em homenagem a estrada que atravessa o estado de Minesota, onde nasceu Dylan, através do Delta do Mississippi. Abre com “Like A Rolling Stone”, preciso dizer mais? Em minha opinião é a melhor música da história do rock! Perfeita em arranjos e letra. Dizem que a música é sobre a Edie Sedgwick, musa de Andy Warhol e atriz nos anos 60(pegada de Dylan no momento). Essa é daquelas músicas que mudaram a história do rock e, principalmente, a de Dylan. Esse foi o discou em que ele “pluga a guitarra” pela primeira vez e acrescenta ao seu folk ares um pouco mais pesados e rockeiros! Para essa introdução ao mundo, precisava de uma música que dissesse: “Pluguei a guitarra... e dae? Algum problema nisso?” QUE MÚSICA! É perfeita! Não me canso de escutá-la! Bom, vamos em frente... Para não restarem dúvidas de que Dylan havia plugado a guitarra e penetrado no mundo do rock n’ roll, ele convida o guitarrista Mike Bloomfield para tocar em duas faixas: "From a Buick 6" e "Tombstone Blues", faixas essas, extremamente rockeiras e com punch! Falemos agora de "Ballad of a Thin Man" onde o gênio faz uma crítica aos anos 60. Combinação guitarra, piano, Hammond, batera e voz é simplesmente perfeita! Sonzera! Agora a faixa título: Um soco na boca do estômago! “Highway 61 Revisited” é blues na veia e tem Dylan interpretando como se o belzebu tivesse baixado e tomado conta de seu corpo. Me lembra as grandes interpretações de Jagger, o homem que conheço que mais incorporou o belzebu ao cantar, mas isso é para outro post... “Just Like Tom Thumb’s Blues”, um arranjo simples, porém, maravilhoso. Fácil de ouvir! “It Takes a Lot to Laugh, It Takes a Train to Cry” me dá a sensação de estar em um saloon no velho oeste tomando minha sétima dose de whiskey e olhando de “canto de olho” para a donzela mais cobiçada do estabelecimento. Quando a tradicional gaita de Dylan fala nessa faixa, é hora de pedir a saideira e partir para o “abate”! hehehe Talvez tenha sido um pouco grosseiro, mas é o que a música me faz imaginar! “Queen Jane Approximately” é mais uma música com um arranjo simples e perfeito. O Hammond toma conta dessa faixa junto com a guitarra com uma destreza fazendo com que essa experiência musical seja das mais prazerosas. Claro que aqui também, Dylan assina a música com sua gaita de boca... O que só faz com que a música fique melhor!
Para terminar o álbum, Dylan precisava de uma música que pudesse colocar todas as suas idéias que não paravam de florescer em sua mente. O que fazer? Dylan fez uma música totalmente acústica com 11 minutos de duração, mas diferente de todas as músicas folk que havia feito antes: “Desolation Row”! A música vem acompanhada de um violão que sola do começo ao fim e a letra tem co-autoria do Demo! Olha ele aí novamente presente nas obras de Bob! A letra é uma viagem que mistura desde Cinderela a Einstein, Cain e Abel ao Corcunda de Notredame e o Fantasma da Ópera a Casanova. É uma loucura escrita pelo mestre durante uma de suas “viagens noturnas”. Mais uma vez, uma sonzera!


Bom, escrevi demais! Tudo isso para dizer que não deixem de ouvir esse disco do começo ao fim e “enjoy the ride”!

Dylan tocando Tombstone Blues tendo Santana como convidado:




Vida longa ao mestre Dylan!

Um comentário:

Unknown disse...

PQP! Não, não e não! Escrever um post desses às 13:32 da tarde é o que eu chamo de surto de inspiração. Hahaha
Dylan (plugado ou não) + Harmonica + Hammond = obra de arte.
Pluga ae Mestre e manda ver pô!

Feeling, meu caro. Sentir cada acorde. Dylan é FODA! Aos que não gostam... meu desprezo. Não sabem nada de música.

PS: sobre incorporar o tal belzebu, o Diogo tava falando de Simpathy for the Devil. uhahuauhauhauhua